Pesquisa da Fecomércio-MS estima injeção de R$ 478 milhões na economia estadual
Sem se abater pela projeção de queda de 7% na movimentação do comércio para o Dia das Mães neste ano em Mato Grosso do Sul, comerciantes acreditam que a véspera da data compensará o movimento fraco identificado na semana passada.
Levantamento do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Fecomércio-MS (IPF-MS) e do Sebrae-MS estima injeção de R$ 478,82 milhões na economia estadual, 7% a menos que os R$ 515,76 milhões movimentados no ano passado.
A data, que para o comércio é a segunda melhor para vendas, está “morna” para muitos varejistas, que apontam pouca movimentação na área central de Campo Grande. Mesmo assim, os empresários esperam ampliação das vendas durante o fim de semana.
“Neste ano estamos bem otimistas, apesar de as vendas estarem um pouco menores do que no ano passado”, revela a gerente da floricultura Marina Flores, Mishelle Moraga.
Ela relata ao Correio do Estado que tanto os orçamentos quanto as vendas de arranjos e cestas estão em alta no estabelecimento.
“A expectativa está grande para o sábado e para o domingo, pois no dia é sempre bem movimentado, então, acreditamos que as vendas vão subir em comparação ao ano passado”, afirma Mishelle.
Proprietária de uma loja de roupas que carrega seu nome, a empresária Cláudia Barros ressalta que as vendas estão abaixo do esperado, mas ainda acredita que terão um salto de até 20%.
“A expectativa para o Dia das Mães é grande, já que uma boa parte da população quer presentear a mãe, a esposa, a vó, a tia, a irmã, alguém que tem significado de amor com uma lembrança afetiva, e com isso o comércio aumenta as vendas. Estamos contando muito com os clientes de última hora. Hoje e amanhã a expectativa é grande para que os filhos encontrem o presente”, pontua.
A dona da loja Trecos e Tarecos Presentes, Ana Luiza da Cruz, complementa destacando que o comércio está mais aquecido neste fim de semana, fato que acontece sempre às vésperas do Dia das Mães.
“Seguimos confiantes para este sábado e vamos também atender no domingo, para dar tempo de todos garantirem seus presentes, já que a expectativa é grande para este fim de semana”.
Ao contrário das projeções, a proprietária da loja Milua, Camila Vicente, revela que, ao comparar com as vendas em 2023, este ano apresenta melhor desempenho. “Nesta semana conseguimos bater a meta diária da loja, e na véspera essa meta deve com certeza ser mais uma vez atingida, pois muitos deixam para o último momento”.
O proprietário da loja Beco Acessórios, Djalma Santos, salienta que o Dia das Mães é a melhor data comercial do primeiro semestre, mas apresenta queda de vendas em relação ao ano passado. “Neste sábado deve haver uma sensível melhora nas vendas, pois, como de costume, brasileiros deixam tudo para a última hora”.
PESQUISA
Levantamento realizado pelo IPF-MS e o Sebrae-MS revela que neste Dia das Mães o campo-grandense pretende gastar menos, enquanto o número de adeptos às celebrações registra alta.
Ou seja, ainda que os porcentuais de quem deve comemorar e daqueles que vão às compras para o Dia das Mães tenham crescido neste ano (4,17% e 6,51%, respectivamente), a movimentação total tem previsão de queda estimada em 7%.
Dos R$ 478,82 milhões previstos a serem movimentados em Mato Grosso do Sul, as comemorações representam a maior parte deste montante (R$ 254,93 milhões), enquanto os gastos com presentes devem movimentar quase R$ 224 milhões.
Para Campo Grande, a estimativa também é de queda, saindo dos R$ 151 milhões movimentados em 2023 para os R$ 145 milhões projetados para este ano.
A economista da Fecomércio-MS Regiane Dedé de Oliveira explica que, entre os motivos dessa retração, está a previsão de gastos médios com presentes e comemorações menores, considerando o valor real.
Gastando em média R$ 211,79 com presentes e R$ 219,22 nas celebrações, há uma preferência de 77% pelo desconto à vista como principal atrativo na hora da compra, o que sinaliza uma tendência para o comércio.
“O comerciante precisa ficar atento à tendência de pagamento à vista mediante descontos e também levar em conta em suas estratégias que bom atendimento, condições de parcelamento e variedade são itens importantes para a decisão de compra”, explica.
O economista Eduardo Matos acrescenta ainda que os consumidores estão mais cautelosos, tendo em vista que a expectativa que eles têm também quanto ao futuro, do ponto de vista econômico, é um pouco mais pessimista em relação ao ano passado.
“E, além disso, em 2023, nós devemos lembrar que os consumidores, o varejo de modo geral, ainda estavam bem inflamados, dado o período ruim que passamos em 2021 e 2022, ou seja, era um ano ainda de recuperação. Então, em 2023 tinha aquela demanda represada”, relembra o economista.