Moradores das áreas de retomadas em Douradina, Mato Grosso do Sul, onde acontece conflitos com fazendeiro pela disputa de terras, denunciam o envenenamento das águas do rio que corta a comunidade Yvy Ajerê.
Por meio do intermédio da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), representantes do do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), do CNDH (Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) e Ministério dos Povos Indígenas (MPI), os indígenas pediram providencias.
A reclamação também foi feita ao ISA (Instituto Socioambiental), Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), Defensoria Pública, ONG Conectas Direitos Humanos e ABJD (Associação Brasileira de Juízes pela a Democracia), durante visita in loco dessas entidades.
Além da denúncia de que o rio foi contaminado propositalmente, a comunidade pediu que as autoridades encaminhem a água para uma análise técnica. Querem saber quais produtos fizeram morrer os peixes e adoecer pelos menos duas crianças e um homem.
Os Guarani Kaiowá afirmam que o clima ainda é de violência e tensão desde que, em 13 de julho, retomaram três das sete áreas ocupadas por eles na TI Panambi Lagoa-Rica.
Sobreposto por fazendas e sítios, eles afirmam que o território já foi delimitado e reconhecido pela Funai em 2011, mas está desde então com o processo demarcatório parado.
Anderson Santos, assessor jurídico do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), ressalta que os indígenas já foram à Brasília algumas vezes deste que a tensão na região escalou.
“Visitamos o Ministério da Justiça, o MPI, dialogamos com a presidência da República – e não tivemos resposta”, disse o advogado ao Jornal Brasil de Fato, questionando ação armada dos fazendeiros na região que seguem acampados nas proximidades das retomadas.
“Ataques ocorreram quando a Força Nacional já estava em território indígena. Ou seja, na presença do Estado brasileiro. E nada é feito. Onde está a legalidade da manutenção deste acampamento?”, reforçou o advogado do Cimi.