Com participações de professores e estudantes da UFGD (Universidade Federal da Grande) Dourados, indígenas da Aldeia Bororó, construíram a primeira estufa para produção de mudas de vegetais agroecológicos. O local escolhido foi a área da família do seu Guilherme.
A iniciativa faz parte do Projeto Cuidar, que é voltado para a promoção da saúde com foco na prevenção ao abuso de álcool e outras drogas entre as comunidades da Reserva Federal de Dourados
A coordenadora do projeto Cuidar, professora Gicelma Chacarosqui, destaca que a estufa faz parte do eixo ‘Saúde que Vem da Terra’, orientado pela professora Zefa Valdivina Pereira.
Segundo ela, esse eixo visa resgatar práticas de agroecologia entre a comunidade indígena de Dourados, além de promover o protagonismo das mulheres e dos jovens nesse arranjo produtivo.
Hortas ecológicas
Em 2023, cerca de 30 famílias foram convidadas a conhecer e participar do projeto de hortas agroecológicas. A partir dessa atividade, iniciou-se a implantação de uma horta modelo em parceria com uma família da comunidade, cuja primeira colheita de alimentos aconteceu no final de abril de 2023.
Atualmente, o projeto envolve quatro famílias cultivando hortas agroecológicas na Reserva Indígena de Dourados, sendo duas na Aldeia Bororó e duas na Aldeia Jaguapiru, além de 11 hortas agroecológicas familiares em outras áreas indígenas da região.
Essas hortas estão em produção, contribuindo para a segurança alimentar dos participantes e gerando renda com a comercialização do excedente. Estão sendo cultivadas hortaliças como alface, cebolinha, salsinha, tomate, repolho, rúcula, berinjela, abobrinha, coentro, couve, jiló, tomate-cereja, feijão, mandioca e batata-doce.
O eixo ‘Saúde que Vem da Terra’ também promoveu a formação de 54 professores e professoras de várias escolas indígenas de Dourados, e algumas dessas escolas tiveram hortas agroecológicas reativadas a partir do Projeto Cuidar.
Produção de mudas
Localizada na Aldeia Bororó, a estufa representa um marco na produção sustentável, permitindo a multiplicação de espécies adaptadas ao clima local, sem o uso de agrotóxicos ou fertilizantes químicos. “Essa estufa é mais do que uma estrutura física; ela simboliza o compromisso do projeto Cuidar com a promoção de uma agricultura que respeita o meio ambiente e valoriza a saúde das pessoas”, explica professora Gicelma Chacarosqui.
A produção inicial de mudas incluirá hortaliças como alface, couve, cebolinha, salsinha, entre outras, todas cultivadas seguindo os princípios da agroecologia. “Nosso objetivo é fornecer mudas saudáveis para que as famílias possam cultivar seus próprios alimentos, incentivando a autonomia e a sustentabilidade”, completou a professora.
A estufa também funcionará como um espaço de aprendizado, onde os participantes do projeto e a comunidade em geral poderão adquirir conhecimentos sobre técnicas de cultivo agroecológico.
A expectativa é que, ao longo do tempo, a iniciativa contribua para o aumento da produção de alimentos saudáveis na região, promovendo a saúde e o bem-estar das famílias envolvidas.
A professora Gicelma Chacarosqui aproveitou a ocasião para agradecer aos membros do projeto, que incluem mais de 60 estudantes e 20 servidores da UFGD.
Ela também e fez ressaltou o apoio do professor Márcio Barros, da FCS (Faculdade de Ciências da Saúde), que conseguiu a doação de materiais junto ao Rotary Clube Caiuás de Dourados.