A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de remover tarifas de importação para diversos países, mantendo-as apenas para a China, gerou um debate intenso pelo mundo. A medida levantou questionamentos sobre possíveis vantagens e desafios para o Brasil.
Depois de anunciar uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas aos países que não retaliaram as medidas dos Estados Unidos, exceto China e Canadá, a União Europeia decidiu hoje (10) suspender, também por 90 diasas primeiras medidas contra as tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump.
O comentarista do Canal Rural, Miguel Daoud, participou do telejornal Mercado & Companhia desta quinta-feira (10), e falou sobre a situação.
Recado inusitado de Trump
Horas antes de tirar as tarifas, Trump deu um recado na sua própria rede social dizendo: “este é um ótimo momento para comprar”. Segundo o comentarista, a ação de Trump configura uma “informação privilegiada e tendenciosa”, que beneficiou aqueles que agiram rapidamente no mercado financeiro. “Quem entendeu o recado dele, comprou e ganhou dinheiro”, afirmou Daoud.
Tarifas de Trump e as chances para o agro
Apesar das críticas, a decisão de Trump abre oportunidades para o Brasil, que é um grande exportador de proteína animal. A redução das tarifas pode impulsionar as vendas de carne de frango, suína e bovina para outros países, aumentando a demanda pelos produtos brasileiros.
No entanto, Daoud alerta para os desafios que o setor pode enfrentar. “Não é tão simples assim. Nós temos a questão também dos custos que estão subindo, a gente viu aí agora o dólar caiu, já está subindo, a nossa infraestrutura, né? Hoje nós temos uma insatisfação generalizada com o governo em função de uma série de problemas”.
Outro ponto de preocupação é o impacto no mercado interno. O aumento das exportações pode levar a uma redução da oferta de carne no Brasil, pressionando os preços e gerando inflação. Além disso, a alta taxa de juros no país dificulta o investimento em aumento de produção.
Diante desse cenário de incertezas, Daoud recomenda cautela aos produtores. “O momento é para avaliar. A nossa função é dizer para você: olha, eu não sei cada produtor quais as suas possibilidades, o seu poder, o que ele pode fazer, o que ele não pode fazer. O que a gente sabe é que o momento é incerto e é hora de você refletir e agir”.
O comentarista também comparou a situação a um jogo, onde as regras podem mudar a qualquer momento. “Amanhã a situação muda novamente, né? Donald Trump volta de amores com Xi-Jiping e pronto, tudo isso que você pensou de investir e fez, acabou. Então, portanto, temos que tomar muito cuidado com a visibilidade reduzida, ande devagar”.
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