O cenário é de destruição na região do Nasa Park em Jaraguari, após mais de 800 milhões de litros de água invadirem alguns imóveis nesta terça-feira (20). Ainda sem diagnóstico definido sobre a causa do rompimento da barragem que integra o lago em condomínio de luxo, equipes de trabalho continuam mapeamento e monitoramento o local.
Pelas imagens aéreas é possível estimar o tamanho do estrago causado pela grande quantidade de lama que destruiu mais de 8km de vegetação, além de arrastar animais e atingir pelo menos 11 casas. Equipes da prefeitura do município trabalham com maquinários para retirada de barro em volta das residências atingidas.
Segundo o prefeito da cidade, Edson Nogueira, em um dos imóveis, a prefeitura vai ter que utilizar máquina pesada para tirar toneladas de lama.
“Uma casa precisa de maquinário que eu vou mandar amanhã cedo que ficou tratado com ele (Rogério, uma das vítimas) porque o mesmo não estava na residência e não foi possível (realizar a limpeza hoje. O maquinário vai tirar (toda a lama) para ter acesso a casa. E ai vamos ver a perca dos móveis dele. A casa dele deu muito acúmulo de barro.Vamos ter que limpar com a máquina porque o quintal dele está inútil, tinha um campinho de futebol, está tomado por sujeira ali”, afirma o munícipe.
Não só os moradores foram atingidos em decorrência do rompimento da estrutura. Vixinhos relatam que houve perda em algumas culturas de produção como, a plantação de mandioca e milho, além da destruição de colméias de abelha, tanques de tilápia e pacu, e um espaço para a criação de leitoas que foram arrastadas. Uma vaca leiteira também foi levada pela água.
Vítimas serão ouvidas pela justiça
O Ministério Público marcou para a próxima sexta-feira (23), uma audiência com as famílias atingidas pelo rompimento da barragem do loteamento em Jaraguari. O objetio é identificar as necessidades imediatas, iniciar levantamento de danos ambientais, sociais e materiais.
O Núcleo de Geoprocessamento do Ministério Público já identificou pelo menos 11 propriedades afetadas pelo desastre. No entanto, esse número pode aumentar à medida que novas imagens de satélite da área sejam analisadas e atualizadas.
Além disso, assistentes sociais estão em campo, atuando na identificação das vítimas e no levantamento dos prejuízos sofridos pelas famílias. O Ministério Público também orienta que todas as pessoas afetadas pelo rompimento, que ainda não foram localizadas pelos servidores do órgão, entrem em contato pelo telefone (67) 3318-2124 para poderem ser incluídas no levantamento dos danos.
Segundo o MPMS, a participação dessas famílias é crucial para garantir que todas as necessidades sejam devidamente atendidas e que as medidas de reparação sejam implementadas de forma eficaz e justa.
Nasa Park já foi notificado por falta de manutenção
A barragem de uma represa que ficava dentro do condomínio de luxo Nasa Park, na divisa entre os municípios de Campo Grande e Jaraguari, rompeu-se na manhã de ontem e deixou um rastro de destruição por onde passou, danificando casas, matando animais e acabando com plantações.
Segundo o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), o condomínio já havia sido notificado duas vezes por falta de manutenção no local.
O fato ocorreu por volta das 9h30min desta terça-feira. Com o rompimento da barragem, a água da represa carregou tudo pelo caminho, inclusive danificando trecho da BR-163, onde o guard rail e a tubulação foram destruídos.
A água por pouco não deixou pessoas feridas, já que chegou a propriedades rurais nas proximidades do condomínio. Pequenos produtores contam que tiveram pouco tempo para pegar suas coisas e fugir para regiões mais altas.
Conforme o Imasul, a primeira notificação por falta de manutenção na barragem do condomínio ocorreu em 2019 e não há comprovação, ainda segundo o órgão, de que a irregularidade tenha sido sanada, já que, no ano passado, nova vistoria verificou acúmulo de mato nas saídas da represa, o que indicava falta de cuidado.
“A notificação especificava quatro itens que o responsável pela barragem deveria cumprir. O primeiro era a regularização ambiental, que incluía a obtenção da outorga para a barragem. O segundo item envolvia a realização de manutenção na barragem, como a limpeza e a remoção do excesso de vegetação.O terceiro exigia a apresentação do plano de segurança da barragem. E o quarto item pedia a elaboração do plano de ação de emergência, para ser aplicado em caso de acidente”, informou o Imasul, por meio de sua assessoria de imprensa.
Apesar do alerta, também não há comprovação, até o momento, de que essas determinações tenham sido cumpridas pelo condomínio, onde nenhuma casa foi afetada pelo rompimento da represa.
*Colaborou Alicia Miyashiro
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