O Movimento Brasil Competitivo (MBC), liderado por empresários de empresas como Gerdau, Serasa, Lide e Porto, está defendendo a ideia de que a inteligência artificial pode criar empregos ao impulsionar a competitividade econômica, ao invés de substituir postos de trabalho humanos. Segundo a consultoria Ducker Frontier, em um cenário otimista, a tecnologia poderia gerar até 26 milhões de empregos até 2030.
O MBC também menciona a Organização Internacional do Trabalho (OIT), destacando que o maior impacto da inteligência artificial não está na destruição de empregos, mas sim nas potenciais mudanças na qualidade do trabalho, como a intensidade e a autonomia dos trabalhadores.
Para se preparar para essa onda tecnológica e tirar proveito dela, o Brasil precisa integrar a tecnologia desde a educação básica, capacitar profissionais especializados, estabelecer um ambiente institucional e legal seguro e investir em infraestrutura, de acordo com Tatiana Ribeiro, diretora-executiva do MBC.
No entanto, o MBC alerta contra a aprovação de uma regulação prescritiva, como o modelo proposto no Senado, argumentando que a tecnologia está evoluindo rapidamente e uma regulação mal concebida pode criar insegurança jurídica.
As empresas podem usar a inteligência artificial para automatizar tarefas repetitivas, melhorar o acesso à informação e tomar decisões mais informadas, o que poderia aumentar significativamente a produtividade no Brasil, conforme aponta o estudo do MBC.
A tecnologia também pode ter impactos positivos em diversos setores, como saúde e finanças. No entanto, o Brasil ainda está atrás em investimento em pesquisa e desenvolvimento de inteligência artificial, ocupando a 35ª posição em um índice global.
Embora o estudo do MBC, intitulado “Impactos da IA”, não aborde os potenciais efeitos negativos da tecnologia, a OIT alerta sobre o risco de concentração de empregos em países ricos em detrimento dos países pobres, além de possíveis impactos na autonomia dos trabalhadores e no ritmo produtivo. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, expressou sua intenção de aprovar uma regulação de inteligência artificial ainda neste semestre, visando estabelecer limites e regras de transparência, responsabilidade e ética. O presidente Lula também está considerando uma estratégia regulatória brasileira sobre o assunto, buscando orientação de especialistas antes do encontro do G20 em novembro.
Com FolhaPress