O Tribunal do Júri de Paranaíba condenou a 44 anos e 5 meses de prisão Eurico Costa Machado, de 50 anos, acusado de assassinar com uma facada no pescoço a ex-esposa, Alessandra da Penha Cardoso, de 42 anos. O feminicídio ocorreu na manhã de 29 de agosto de 2023, apenas cinco dias após o autor ser intimado das medidas protetivas de urgência que deveriam manter distância da vítima.
De acordo com as investigações conduzidas pela DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Paranaíba, Eurico permaneceu escondido por 36 horas em um salão comercial anexo à casa de Alessandra, esperando o momento oportuno para cometer o crime. Quando o filho da vítima deixou a residência, o autor aproveitou para invadir o local e atacar a mulher com uma facada no pescoço, atingindo a jugular e a laringe.
Imagens de câmeras de segurança registraram a vítima saindo gravemente ferida para a rua, cerca de 31 segundos após a saída do filho, revelando a rapidez e frieza da ação. A brutalidade do ataque não deu qualquer chance de defesa à vítima.
A motivação do crime, segundo apuração da polícia, foi o inconformismo de Eurico com o término do relacionamento e com a autonomia de Alessandra em seguir sua vida. O autor ainda acusava a ex-mulher de estar se relacionando com outra pessoa, demonstrando um comportamento possessivo e controlador mesmo após a separação.
O feminicídio ocorreu na Avenida Evaristo Pereira Ferreira, no bairro Santo Antônio, em Paranaíba. Naquele dia, Alessandra retornava para casa sozinha, depois de ter ido até a delegacia solicitar a medida protetiva contra o ex-marido.
Praticamente em frente à casa, ela foi surpreendida e atacada de forma covarde. Mesmo com o Corpo de Bombeiros sendo acionado, a vítima morreu no local.
Eurico Costa Machado foi preso em flagrante pela Força Tática da Polícia Militar. Após o crime, ele tentou fugir, pulando muros de residências e invadindo uma casa para se esconder, mas foi localizado e detido. Desde então, permaneceu recolhido no Estabelecimento Penal de Paranaíba até a data do julgamento.
A delegada-titular da DAM de Paranaíba, Eva Maira Cogo, destacou a importância da condenação. “Representa uma resposta firme e exemplar à brutalidade deste crime. Trata-se de um caso de extrema gravidade, que mobilizou toda a equipe da DAM desde os primeiros momentos. A condenação pelo Tribunal do Júri reforça o valor da vida das mulheres e a intolerância do sistema de justiça frente à violência de gênero”.
“Desde o início, a Delegacia de Atendimento à Mulher de Paranaíba atuou com empenho técnico, agilidade investigativa e sensibilidade humana, reunindo provas, ouvindo testemunhas e prestando o devido suporte à família da vítima, com o objetivo de garantir a responsabilização do autor”, completou.
Ela também reforçou a importância da articulação entre os órgãos de justiça. “Trabalhamos todos os dias com o compromisso de proteger a vida de mulheres e meninas, e de assegurar que cada agressor seja responsabilizado por seus atos. Essa condenação reforça a importância da denúncia, da atuação integrada entre Polícia Civil, Ministério Público e Poder Judiciário”, concluiu.