A Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu, nesta semana, no município de Nova Alvorada do Sul, um homem que portava o documento (CNH) de uma vítima de latrocínio em Ribas do Rio Pardo (MS).
A prisão foi feita quando os rodoviários federais fiscalizavam a BR-267. No momento da abordagem, o condutor que dirigia um Chevrolet/Ônix apresentou a CNH, porém os policiais notaram que o motorista não era semelhante a foto no documento.
Em consulta ao sistema, a equipe identificou que o documento pertencia à vítima de latrocínio, ocorrido em junho de 2024, em Ribas do Rio Pardo. Foi identificado também que o homem abordado, era natural do mesmo município.
Ao ser questionado, o motorista não soube explicar o motivo por estar com a CNH. O homem foi preso e encaminhado à Polícia Judiciária local.
A PRF não divulgou qual o caso envolvido, mas no dia 11 de junho deste ano, o taxista Devanir da Silva Santos, de 35 anos, foi assassinado em Ribas do Rio Pardo.
Já no dia 12, três homens, de 24, 28 e 35 anos, foram presos por agentes da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras) e da Delegacia de Polícia local.
Na sequência da investigação, os agentes descobriram que os três haviam se hospedado em um hotel na Avenida Afonso Pena, o que possibilitou a identificação do trio. Segundo informações não oficiais, eles teriam obrigado o taxista fazer uma série de transferências bancárias para o nome de um deles e com este dinheiro se hospedaram no hotel.
Durante coletiva com os delegados do Garras: Guilherme Scucuglia; Pedro Henrique e Roberto Oliveira, além do chefe de polícia de Ribas do Rio Pardo, Felipe de Oliveira Braga, apontaram que, ainda durante as diligências em busca dos envolvidos no crime, foi recebida a informação de crime posterior por parte de um dos três indivíduos, que foi posteriormente confirmado pelo suspeito.
Ainda, conforme os delegados, todos os três envolvidos na morte de Davanir vêm de fora de Mato Grosso do Sul, sendo dois vindos da Bahia e o terceiro de São Paulo, porém, já se conheciam e estariam juntos em Ribas.
O caso
Por meio de quebra de sigilo bancária, que ainda não aconteceu, os delegados poderão precisar exatamente quanto tempo os suspeitos estiveram com a vítima após solicitarem a corrida com o taxista.
Conforme os delegados, os três sabiam que Devanir, que é conhecido e bem quisto no município, possuía valores, mas que só a quebra do sigila vai apontar para o montante total retirado da vítima, bem como quando os saques teriam sido realizados.
Também, após presos em flagrante e durante depoimento, os envolvidos disseram que a intenção inicial não seria de tirar a vida de Devanir.
Porém, ainda segundo as autoridades policiais, só há duas alternativas para descrever como Devanir foi morto:
- Durante tentativa de fuga, ou
- Execução a sangue-frio.
Essas possibilidades foram levantadas após conclusão do médico legista, que classificou que dois dos disparos em Devanir foram feitos pelas costas – com um atingindo a base da nuca e outro a parte posterior da perna esquerda – ambos transpassando o corpo da vítima.
Ainda, um terceiro disparo teria atingido a mão de Devanir, que estava presa por uma fita hellermann (a popular “enforca gato”), porém não é possível afirmar se esse tiro entrou pela parte da frente ou de trás.
Vale lembrar que ainda não há confirmação da polícia de que os dois casos estejam ligados.