Cinco jovens, com idades entre 17 e 29 anos, passaram por momentos de tensão na noite desta segunda-feira (12) ao pescarem em uma fazenda na zona rural de Campo Grande. Eles foram surpreendidos por disparos de arma de fogo feitos por um homem de 52 anos, proprietário do local.
O caso aconteceu nos fundos de um acampamento do MST (Movimento Sem Terra), no bairro Jardim Los Angeles. De acordo com o boletim de ocorrência, na madrugada desta terça-feira (13), a Polícia Militar foi acionada após uma mulher informar o desaparecimento dos cinco jovens: de 18, 17, 23, 19 e 29 anos.
Segundo ela, o grupo havia saído para pescar acompanhado de um homem de 56 anos, que retornou sozinho por volta das 19h, afirmando que todos haviam sido ameaçados e atacados por homens armados.
O homem contou que, antes do ataque, dois homens em uma motocicleta mandaram o grupo sair do local. Minutos depois, uma caminhonete com quatro ocupantes se aproximou e os disparos começaram. Ele correu em direção à rodovia e perdeu contato com os demais.
A polícia foi até a região acompanhada do coordenador do acampamento, que afirmou ter ouvido os tiros e gravado parte da ação. Ele também disse ter visto três pessoas correndo em direção à mata, tentando se esconder.
A guarnição realizou buscas na área indicada, mas não encontrou vestígios, cápsulas ou marcas de disparos. Diante da gravidade da denúncia e do desaparecimento temporário dos jovens, os policiais, com apoio da Rotac, decidiram arrombar o cadeado da fazenda para averiguar os fatos.
O proprietário recebeu os policiais e admitiu ter feito diversos disparos com uma arma registrada. Ele alegou que a esposa o alertou sobre a presença de estranhos na fazenda, motivo pelo qual pegou a caminhonete Ford F-350 e foi até a represa.
Segundo seu próprio relato, ele descarregou um carregador com 17 munições, sendo três tiros para o alto, quatro na direção da represa e o restante para a mata. Mais tarde, voltou ao local e efetuou cerca de dez disparos adicionais. Ele entregou a arma à polícia e foi levado à delegacia sem o uso de algemas.
Horas depois, a mulher que fez a denúncia informou que os cinco jovens haviam retornado. Um dos integrantes do grupo foi conduzido à delegacia na condição de vítima.
Ele disse que entrou no local por engano, sem saber que era uma área privada, e que correu para o mato após os disparos. O grupo permaneceu escondido por cerca de quatro horas e só depois foi para a casa do pai de um deles, no bairro Homex.
Nenhum dos envolvidos sofreu ferimentos. O caso foi registrado como ameaça e disparo de arma de fogo e será investigado pelas autoridades competentes.