Um homem de 25 anos, morador do bairro Nova Lima em Campo Grande, desapareceu nesta segunda-feira (16), após realizar empréstimos com agiotas para jogar o “Jogo do Tigrinho”. O caso veio à tona após o pai da vítima procurar a Polícia Civil para denunciar a situação.
Conforme boletim de ocorrência, a vítima coletou uma quantia em dinheiro com agiotas, e por esse motivo, passou a receber ligações de cobrança da dívida. Ainda de acordo com a família, o jovem estava em tratamento psicológico para tentar largar o vício.
Ao final do dia, o jovem não retornou do trabalho. Preocupada e sabendo do cenário de cobrança por agiotas, a família procurou o homem em hospitais, endereço de amigos e em seu trabalho. Contudo, não teve respostas de seu paradeiro.
A vítima possui 1,75 metros de altura, 93 quilos, pele branca, possui barba e cabelo castanho. Na última vez em que foi visto, estava trajando o uniforme de trabalho com coloração cinza, blusa de manga azul e calça jeans. Além disso, estava calçando um sapato botina de cor marrom.
“A gente tem que saber quando parar, para não ingressar em dependência”, recomenda delegado
O delegado de Polícia Civil Rodrigo Camapum, reforçou os cuidados para evitar a Ludopatia, condição de compulsão por jogos de azar que pode provocar graves consequências. Em comunicado de alerta da Polícia Civil, Camapum destacou o risco da condição, para evitar a ocorrência de problemas financeiros, sociais, físicos ou mentais.
“O jogo é importante em todas as fases da vida, desde que sejam atividades lúdicas pedagógicas, ou mesmo aquelas de lazer. Entretanto tudo existe um limite, e aí entra a questão do autocontrole. A gente tem que saber até onde ir, quando parar, justamente para não ingressar numa dependência dessa”, comentou Camapum.
O “Jogo do Tigrinho” tem provocado inúmeras vítimas e consequentemente algumas acabam se prejudicando. Quando percebem a gravidade da situação, existe a possibilidade delas agravarem a compulsão, comprometendo sua qualidade de vida.
Esse tipo de jogo de azar provoca a liberação de hormônios e da sensação de prazer. Quando ganham, sentem uma grande satisfação e quando a pessoa perde, ela sente vontade de continuar jogando para tentar recuperar o prejuízo.
Nesse sentido, o delegado reforçou também a importância do acolhimento dessas as vítimas da Ludopatia. Segundo ele, ao identificar um conhecido nessa situação, o ideal é oferecer apoio, sem apontar críticas ou julgamentos.
“Oferecer verdadeiramente ajuda, conversar com a pessoa, dar uma atenção e não só tecer críticas, porque se ela somente tecer essas críticas, a pessoa vai se sentir julgada e na hora que ela tiver uma situação em que ela não encontre saída, ela não vai procurar o amigo, não vai procurar o parente, porque ela já avisou, ele já falou e ela sabe que a pessoa vai falar isso aí”, ressaltou.