Há um ano, o fogo consumia barracos na favela do Mandela e moradores de toda Campo Grande se mobilizavam na ajuda. As chamas destruíram mais da metade da comunidade que ainda tem vivo na memória os momentos de tensão vividos naquele 16 de novembro de 2024.
“Há um ano eu não consigo dormir direito. Sinto cheiro de queimado de madrugada e fico apavorada de ser outro incêndio”, afirma Rosilene da Silva, moradora do Mandela há 9 anos e que tem visão comprometida.
Morando com o marido e os netos, ela relembra os momentos de medo no dia do incêndio. Devido a baixa visão, ela vive com receio, já que depende de ajuda para andar longas distâncias.
“No dia do incêndio, ela começou a ouvir gritos dos vizinhos falando sobre o fogo e entrou em estado de choque, precisando de ajuda”, afirma Rosilene, que deve mudar para casa própria ainda este ano.
No mês seguinte ao incêndio de 2023, a prefeitura de Campo Grande anunciou que todas as 187 famílias que moravam no Mandela receberiam uma casa. Cerca de 15 famílias restam no terreno da favela, mas devem sair até o fim do ano.
Lembranças que ficam
No dia do incêndio, Derneleide Noronha estava trabalhando em um condomínio, quando o celular começou a tocar insistentemente e foi informada sobre o fogo, que começou atrás da casa dela.
Moradora do Mandela há 8 anos, ela disse que ama a favela, que gosta de viver em comunidade e vai ser uma das ultimas a receber a casa própria. As casas começaram a ser entregues em junho de 2024 e quem segue na favela, convive com muito entulho e sujeiras, em restos dos barracos.
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