Após um acordo no Senado, a votação do PDL (Projeto de Decreto Legislativo) que suspende trechos do decreto de armas do governo Lula (PT) foi adiada nesta terça-feira (27).
O acordo estabelece que, até segunda-feira (2), um novo decreto será elaborado para ajustar determinados pontos da norma. Entre as alterações está a permissão para que clubes de tiro instalados antes da publicação do decreto possam permanecer próximos a escolas.
O senador e líder do governo Jaques Wagner (PT-BA) disse que o acordo foi chancelado pelo presidente Lula (PT).
“A regra sobre escolas não impacta quem estava pré-instalado antes da publicação do decreto”, disse.
O decreto de Lula (PT), publicado em julho do ano passado, deu um freio à flexibilização de normas adotada no governo Jair Bolsonaro (PL) que resultou no aumento do número de armas e munições em circulação.
O texto do decreto prevê que os clubes devem ficar numa distância mínima de 1 km das escolas. Entretanto, parlamentares argumentam que essa medida pode prejudicar os clubes de tiro estabelecidos antes das unidades de ensino.
Durante as negociações com o governo, os deputados defendiam que os clubes já instalados nas localidades antes da implementação da nova norma tivessem seus direitos adquiridos reconhecidos.
Havia um entendimento entre os membros do Ministério da Justiça de que as novas regras se aplicariam apenas a casos ocorridos após a publicação do decreto, mas essa interpretação não estava claramente explicitada no texto da norma. Segundo o líder do governo, esse ponto ficará mais claro.
Haverá um acordo também sobre o ponto da habitualidade, que se refere à quantidade de vezes que o CAC (caçadores, atiradores e colecionadores) deve frequentar um clube de tiro ou participar de competições com uma determinada arma para comprovar sua condição de atirador.
O texto do PDL acaba com requisito de habitualidade. O novo decreto deve reduzir a quantidade mínima de treinos que o atirador precisa ter para comprovar estar em uma categoria.
O decreto editado pelo presidente em julho do ano passado também previa que uma arma, para ser de coleção, precisaria ser declarada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), além de ser fabricada há 40 anos ou mais. O novo texto deve derrubar este ponto.
O decreto também proíbe o colecionamento de armas automáticas e de armas longas semiautomáticas, como fuzis, fabricadas há menos de 70 anos, ou seja, plenamente funcionais. Pelo novo acordo, as armas automáticas, de uso exclusivo das Forças Armadas, devem continuar proibidas.
*Informações da Folhapress
CORREIO DO ESTADO