O Governo de Mato Grosso do Sul segue empenhado em encontrar uma solução definitiva para garantir o abastecimento de água na Reserva Indígena de Dourados, a maior do Brasil, que engloba as aldeias Jaguapiru e Bororó. O objetivo é adotar um modelo semelhante ao do projeto MS Água para Todos, firmado na semana passada em uma cerimônia realizada em Ponta Porã, com a participação da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e do secretário-executivo do ministério, Eloy Terena.
“Talvez Mato Grosso do Sul seja o único estado no Brasil com um projeto estruturante voltado para resolver o problema de água nas comunidades indígenas. Assinamos com a Itaipu na semana passada e, especificamente, a situação de Dourados será abordada em um segundo momento. Vamos buscar recursos com a bancada do Estado, Itaipu, emendas, o PAC, enfim, com o que for necessário para resolver também o problema de Dourados”, destacou Riedel à imprensa nesta quarta-feira (27).
Em colaboração com a Itaipu Binacional, que disponibilizará R$ 45 milhões, complementados por R$ 15 milhões do Governo do Estado, o projeto atenderá, inicialmente, oito comunidades indígenas nos municípios de Amambai, Caarapó, Japorã, Juti, Paranhos e Tacuru, levando água potável e de fornecimento contínuo para cerca de 35 mil pessoas nessas localidades.
Agora, o objetivo é buscar, por meio de parcerias, recursos para expandir a iniciativa também para Dourados, atendendo à demanda da comunidade local e solucionando um problema histórico, da mesma forma que será feito nas comunidades do MS Água para Todos.
“Não vamos concluir nosso mandato sem resolver essa questão. É inadmissível que milhares de pessoas ainda vivam sem acesso à água. Vamos buscar parcerias, com competência, e crescer de forma inclusiva. Faremos todo o possível para avançar nessa causa”, afirmou o governador Eduardo Riedel, durante a assinatura do projeto, na quinta-feira passada.
Reivindicações em Dourados
O governador também comentou hoje sobre as reivindicações feitas nesta semana pela comunidade indígena douradense, na rodovia MS-156. “Eles pediram um caminhão de água, foi dado. Pediram mais, pediram seis, e foi dado. Atendemos o pedido e eles iriam sair da estrada. Foram três dias, o Estado parado e a gente negociando. Ontem, por interferência de uma pessoa e de algumas correntes políticas, quiseram continuar pressionando. Não podemos aceitar isso”.
Além disso, o chefe do Executivo estadual comenta que a reivindicação por água é justa, porém não pode ser usada como objetivo político, atendendo a interesses de determinados grupos. Ele também reforça que o trabalho para resolver conflitos e problemas históricos nas comunidades indígenas prossegue normalmente em todo o Estado.
“No confronto sempre tem dano, infelizmente. Estamos trabalhando pelas comunidades indígenas, mas a gente tem que saber manter a ordem, o direito das pessoas ireme virem, e não é dessa maneira, fomentando desentendimentos, que a gente vai construir resultado”, conclui.