Licença de Instalação será entregue segunda-feira e tarraplanagem deve começar em agosto ou setembro. Previsão de início era para 2025
Com investimentos da ordem de R$ 25 bilhões, as obras da fábrica de celulose da Arauco, em Inocência, inicialmente previstas para começarem no próximo ano, devem ter início já em agosto ou setembro deste ano.
A informação foi repassada na manhã desta segunda-feira pelo secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), durante lançamento do MS Day, na Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems).
Conforme o secretário, na próxima semana (segunda-feira) deve ser entregue a Licença de Instalação para os investidores chilenos e já em agosto ou setembro serão iniciados os trabalhos de terraplanagem. A planta, a quarta do setor de celulose em Mato Grosso do Sul, será instalada a cerca de 50 quilômetros da cidade de Inocência, às margens da MS-377 e do Rio Sucuriú.
Se o cronograma for cumprido, a indústria deve entrar em operação no primeiro trimestre de 2028. Em Mato Grosso do Sul, a Arauco já possui a Mahal, empresa florestal que tem mais de 60 mil hectares de florestas cultivadas em seis municípios da região: Inocência, Água Clara, Três Lagoas, Aparecida do Taboado, Selvíria e Chapadão do Sul.
Assim como as demais, a nova fábrica terá também um excedente de energia elétrica de 200 MW, oriundo do reaproveitamento de biomassa (cascas, lignina, entre outros insumos) não utilizada no processo da fabricação da celulose.
Pela previsão, no auge das obras devem ser gerados 12 mil empregos, sendo que depois da conclusão serão cerca de 2 mil postos de trabalho para as operações industrial e florestal. Atualmente, conforme o IBGE, Inocência tem 8,4 mil habitantes. Ou seja, durante o período de obras, a quantidade de moradores vai aumentar em 150%.
Conforme o projeto original, a indústria da Arauco tem previsão de produzir 2,5 milhões de toneladas de celulose, 1,5 milhão de toneladas a mais do que é produzido no Chile. Isso faria da Arauco a segunda maior planta de Mato Grosso do Sul (e do Brasil), só menor que a unidade da Suzano de Ribas do Rio Pardo (2,9 milhões de toneladas/ano). A fábrica da Suzano de Ribas deve entrar em operação até o final de junho deste ano.
Para ativar a fábrica, Arauco deve buscar áreas alugadas ou mediante usufruto para cultivar em torno 400 mil hectares de florestas de eucalipto. Até o fim do ano passado já estavam assegurados 280 mil hectares e a previsão era chegar a 320 mil durante 2024.
Antes mesmo de iniciar as obras da primeira etapa a direção da Arauco já fala em dobrar a capacidade de produção em uma segunda fase. Caso opte pela construção de uma segunda planta, a Arauco seguirá caminho parecido ao das outras unidades processadoras de celulose de Mato Grosso do Sul. A Suzano (que começou como Fibria, há aproximadamente 15 anos), em Três Lagoas, já opera duas plantas. Juntas, têm capacidade de produzir 3,25 milhões de toneladas por ano.
A Eldorado Celulose, também em Três Lagoas, opera há pouco mais de 10 anos uma primeira planta com capacidade de produção de 1,7 milhão de toneladas por ano (essa capacidade tem sido superada nos últimos anos). Há a previsão de construir uma segunda linha, com capacidade de produção de 2,3 milhões de toneladas de celulose por ano.