Giroto quebra silêncio após prisão e revela sonho de voltar a ser deputado (vídeo)

Após quatro anos de silêncio, o ex-deputado federal Edson Giroto reapareceu em uma longa e emotiva entrevista ao Cara a Cara com Squinelo, do TopMídiaNews, onde fez duras críticas à Justiça, reafirmou sua inocência na Operação Lama Asfáltica e anunciou seu desejo de voltar à política. “Quero voltar para ajudar. Não é vaidade, é idealismo”, declarou.

Engenheiro civil, ex-secretário municipal e estadual de obras, além de ex-assessor do Ministério dos Transportes, Giroto foi o deputado federal mais votado de Mato Grosso do Sul em 2010. Ele se afastou da vida pública após ser preso em 2016, acusado de integrar um esquema de desvio de recursos em obras públicas. Entre idas e vindas, ficou 38 meses encarcerado.

Durante a entrevista, Giroto contou que, após sair da prisão, recomeçou a vida no agronegócio. “Fui montar trator, conhecer o sofrimento de quem planta e produz sem apoio do Estado”, disse, ao defender políticas públicas para o setor rural. Segundo ele, esse contato com a base produtiva o motivou a tentar voltar à Câmara Federal.

Giroto negou qualquer ato ilícito: “Nunca me encontraram com dinheiro em casa, nunca acharam depósitos de empreiteiras na minha conta. Nem meu celular foi apreendido. Sabe por quê? Porque não tinha nada”. Ele também criticou os relatórios da CGU (Controladoria-Geral da União) sobre obras como a MS-430, chamando-os de “porcaria técnica”.

Período na prisão

Com emoção, Giroto relatou o impacto pessoal da prisão: não viu o neto nascer, perdeu o pai e ficou três anos sem ver a filha caçula. “Me destruíram por dentro, mas não conseguiram me dobrar. Nunca delatei porque não tinha o que delatar”, afirmou. Ele também descreveu as duras condições do sistema penitenciário e criticou a falta de políticas reais de ressocialização: “Lá dentro, todos são iguais”.

Além disso, o ex-deputado acusou o juiz Bruno Teixeira de agir com “postura inquisitória” e celebrou a anulação de ações no TRF-3 por suspeição do magistrado. “A exposição foi um absurdo. Para ele, minha condenação seria uma medalha”, disparou. Giroto também criticou o ministro Alexandre de Moraes, a quem acusou de “desequilíbrio” no Judiciário.

Relacionamentos e mágoas

Questionado sobre André Puccinelli, de quem foi braço direito, Giroto foi enfático: “Tenho orgulho de ter trabalhado com ele. Foi injustiçado como eu”. Sobre João Amorim, outro alvo da Lava Asfáltica, disse manter relação apenas profissional.

Giroto também abordou o isolamento político: “Muitos viraram a cara. Alguns que mais ajudei sumiram. Mas não guardo rancor. Prefiro acreditar nas pessoas”.

Ao justificar sua vontade de voltar ao Congresso, Giroto afirmou que não busca poder, mas uma chance de contribuir. “Eu me aposentei como borracheiro para nunca esquecer de onde vim. Quero ajudar os que, como eu, não tinham nada”, disse. 

No fim, resumiu sua motivação com simplicidade: “Quero ser deputado de novo para retribuir tudo que recebi. Ainda posso fazer mais pelo meu estado”.

 

 

 

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