A corrupção em MS opera em redes que muitas vezes se entrelaçam quando compartilham recursos, acessos privilegiados e até alvos. Operadores de inteligência que monitoram há anos casos isolados detectam verdadeira ‘institucionalização’ do crime organizado em diversas esferas do poder em Mato Grosso do Sul.
Assim, os esquemas se ajudam, se preservam e trocam de mãos quando há pequenos ajustes de poder, segundo inúmeros relatórios de inteligência. No entanto, a recente operação da PF e da Receita Federal, com ordem do STJ, teria supostamente exposto um nó significativo deste emaranhado.
Segundo quem acompanha de perto a evolução dos trabalhos investigativos, um gabinete supostamente negociado durante eleição em entidade de classe seria ponto nevrálgico de conexão entre esquemas de corrupção em MS.
Além disso, documentação já catalogada após cumprimento de recentes mandados indica a convivência pacífica e colaborativa entre diversas unidades criminosas.
Corrupção em MS ‘se encontra’ com rastros em gabinete
Assim, políticos, advogados, servidores de diversos escalões, lideranças classistas, empresários, traficantes de drogas e contrabandistas se encontrariam com demandas sob ‘escolta’ do tal gabinete. Quando a pesquisa alcança banca de onde ‘derivou’ o gabinete, a coisa piora e extrapola esfera cível.
“Por enquanto, como os alvos todos atuam na área cível, os tentáculos criminais aparecem apenas na sustentação dos esquemas que operavam a sonegação, lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Mas essa forte atuação nos ilícitos patrimoniais inevitavelmente leva às demandas na área criminal com indícios de ilícitos penais”, resume quem teve acesso a relatórios parciais.
Desta forma, a ‘coincidência’ entre escritórios de advocacia que patrocinam causas para clientes no regime de ‘representação cruzada’ deve conduzir rumo de procedimentos. É notório que, com tanto material coletado, corrupção em MS sofreu um dos maiores golpes da história.
Pequenos escritórios contratados para ‘disfarçar’ laços estariam tão encalacrados quanto aqueles de sobrenomes famosos nas fachadas.
“Quinto dos infernos” e categoria envergonhada
Além disso, há falastrões flagrados bradando que seriam ‘donos’ de gabinete onde colocaram preposto em troca de recuo em eleição para entidade de classe.
Nas categorias mais atingidas, ressoam questionamentos sobre uso político-criminal de órgão classista que se habituou à falsa alternância de poder. Seria, supostamente, uma forma de ‘acomodar todos os esquemas’.
“Ou a classe toma vergonha na cara e resgata o papel social, ou assumimos que nosso quinto virou o ‘quinto dos infernos”revolta-se profissional liberal aposentado. No entanto, ele próprio admite que, de tanto ver os corruptos se safando, se afastou e não espera nada de processo eleitoral em andamento.
De um jeito ou de outro, poucas vezes anteriormente a corrupção em MS esteve tão fragilizada e exposta. Se os órgãos de controle e servidores investidos constitucionalmente fizerem o básico, Mato Grosso do Sul ‘corre o risco’ de caminhar décadas rumo ao sonho de ser um estado próspero, verde, digital e inclusivo.
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