Após a catástrofe que devastou diversas cidades do Rio Grande do Sul, os gaúchos enfrentam agora o desafio adicional da chegada iminente de uma frente fria, prevista para derrubar as temperaturas nas próximas horas. Em uma corrida contra o tempo, voluntários e várias empresas de Campo Grande têm se mobilizado, compartilhando vídeos e pedindo doações de alimentos, roupas e cobertores para auxiliar as vítimas das enchentes no sul do país.
As contribuições podem ser entregues no CTG (Centro de Tradições Gaúchas) Tropeiros da Querência, localizado na Rua Miguel Sutil, no Bairro Villas Boas, em Campo Grande.
As equipes de voluntários estão trabalhando incessantemente, dia e noite, buscando roupas de todos os tipos, desde casacos, agasalhos, jaquetas e moletons até calças, em todos os tamanhos, desde pequeno até plus size.
Além das doações de roupas, o Centro de Tradições Gaúchas continua recebendo alimentos perecíveis. Por meio das redes sociais, voluntários também estão solicitando itens como shampoo, condicionador, desodorantes, escovas de dentes e medicamentos, tanto para animais quanto para pessoas. O espaço está aberto para receber todos os tipos de doações.
Até o momento, o CTG de Campo Grande conseguiu enviar para o Rio Grande do Sul cerca de 26 carretas, duas vans e quatro caminhonetes carregadas de mantimentos
O objetivo é enviar ainda mais mantimentos, já que os gaúchos devem sofrer ainda mais com uma frente-fria que deve derrubar as temperaturas no Estado e a chuva não deve dar trégua nos próximos dias.
O que doar ?
No momento os locais pedem como itens primordiais, alimentos de fácil consumo, enlatados, toddynho, bolacha, medicação, suco de caixinha e barras de proteína. É importante lembrar também, que todos os itens devem estar devidamente higienizados na hora da entrega, e prontos para serem utilizados.
Frente fria no sul do país.
Conforme informações do Climatempo, a chuva chegou forte na manhã de ontem, levantando preocupações da Defesa Civil. O Estado deve sofrer quedas de temperaturas intensas a partir desta segunda-feira (13).
De acordo com dados meteorológicos, regiões de fronteira com o Uruguai e Oeste do estado podem registrar frio abaixo de 5ºC e há risco de geada.
A Defesa Civil registrou até o momento 136 óbitos, 25 pessoas desaparecidas e 756 feridas.
CTG já enviou mais de 180 toneladas de doações para o Rio Grande do Sul
Com a ajuda da população sul mato grossense, voluntários já arrecadaram mais de 180 toneladas em 6 carretas para as vítimas das enchentes no estado do Rio Grande do Sul, hoje os pontos de coleta contam com a parceria de mais de cinco transportadoras para que os itens cheguem até os municípios afetados.
Em entrevista ao Correio do Estado, Tales Amaro Maciel, um dos responsáveis pelas arrecadações e proprietário do restaurante Gaucheria, conta que as doações devem ser entregues no interior do estado, como Vale Taquari, Lajeado, Cruzeiro do Sul, Estrela, que Arroio do Meio, Muçum, entre outras.
Desde segunda-feira (6) o CTG Tropeiros da Querência serve como sede para a separação e envio dos itens arrecadados, além disso, são mais de 500 voluntários diariamente. Infelizmente mesmo unidos para uma boa causa, Tales conta que infelizmente vêm sofrendo com perfis fakes na internet e alerta que só possuem um perfil oficial, o @gaucheriacg.
“Copiaram o nosso Instagram da gaucheria, tivemos que fazer um post colocando que não estamos recebendo dinheiro com outra empresa, porque fizeram um Instagram falso, copiando nossas informações que divulgamos e colocando outras para esse tipo de doação em valor”.
Por enquanto não há data para encerrar as doações e todas elas podem ser feitas nos diversos pontos espalhados pelo município, além do CTG.
“Conforme vão aparecendo parceiros dispostos a entregar nós estaremos mandando, só hoje foram seis parceiros novos que chegaram, e a todo momento chegam voluntários se oferecendo cada vez mais, inclusive do interior do Estado aqui, não só de Campo Grande, mas do interior principalmente, o pessoal se disponibilizando a mandar. De Dourados mesmo já tivemos duas carretas”, informou o responsável.
Tales também relata que apesar do transporte ser feito apenas via terrestre por enquanto, alguns voluntários também ajudaram com o apoio aéreo, “um médico que estava indo pra lá disponibilizou um avião para mandar medicamentos lá pra região mais próxima ali da Capital, então para acelerar a ajuda nos atendimentos, conseguimos mandar diversos medicamentos”.
*Colaborou Alicia Miyashiro