Focos de calor reduziram no Pantanal Sul-mato-grossense, após a chegada de uma frente fria que derrubou as temperaturas no Estado.
Dados do Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais (LASA), do departamento de meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apontam que a área queimada na sexta-feira (28) foi menor em comparação aos outros dias da semana.
A área queimada no Pantanal Sul-mato-grossense foi de 4.475 hectares na sexta-feira (28), 17.525 na quinta-feira (27), 12.075 na quarta-feira (26), 13.850 na terça-feira (25) e 17.875 na segunda-feira (24).
Ou seja, de quinta (27) para sexta-feira (28), focos de calor reduziram e a área queimada/dia diminuiu em 13 mil hectares.
De acordo com o painel Pantanal em Alerta do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS), existem 191 focos de calor, neste momento, no Pantanal Sul-mato-grossense.
O frio aumenta a umidade relativa do ar, com isso, ameniza os focos de calor. Mas, não freia os incêndios. Conforme noticiado pelo Correio do Estado, avanço de duas frentes frias derrubaram as temperaturas em MS entre quarta (26) e domingo (30). Os termômetros alcançaram os 5ºC em alguns municípios da região Sul. De acordo com o meteorologista Natálio Abrahão, Corumbá registrou 14,5ºC neste domingo (30), com sensação de 8,4ºC.
Outros fatores que auxiliam na redução de focos de calor e controle dos incêndios são implementação de aceiros e atuação do KC-390 da Força Aérea Brasileira (FAB), brigadas voluntárias (Instituo Homem Pantaneiro e SOS Pantanal), bombeiros militares, policiais militares, Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), Força Nacional, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo).
Segundo Abrahão, para efetivamente frear os incêndios, é necessário que chova abundantemente. “A queda de temperatura só melhora a condição da atmosfera. É a umidade que vai dar uma melhorada. Não vai resolver a questão dos incêndios. Chuva mesmo acima de cinco milímetros, que molha o chão, só em setembro”, explicou o meteorologista ao Correio do Estado.
De acordo com dados da LASA-UFRJ, de 1º de janeiro a 26 de junho deste ano, 695.600 hectares foram devastados pelo fogo, equivalente a área de 4,61% do Pantanal. Entre 1º e 30 de junho, 412.600 hec foram queimados.
O Pantanal Sul-mato-grossense teve o pior incêndio florestal da história em 2020, quando 1.580.000 hectares foram devastados pelo fogo de janeiro a dezembro.
De janeiro a junho de 2020, 245.950 hectares foram destruídos pelo fogo. No mesmo período de 2024, foram 695.600 hectares.
Portanto, isto significa que o incêndio no primeiro semestre de 2024 é pior do que o do mesmo período de 2020.
As queimadas cenários verdes e cheios de vida em paisagens cinzentas e mortes. O fogo destrói matas, áreas verdes, vegetações, florestas, biodiversidade e espécies nativas (fauna e flora) do Pantanal.
Fonte: Ediçãoms