A chegada de uma frente fria ao Pantanal, na última quarta-feira (26), trouxe um alívio significativo para os corumbaenses e, principalmente, para o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul. As condições climáticas favoráveis permitiram um avanço considerável no combate aos incêndios que assolam a região. A temperatura mais amena e a umidade do ar mais alta ajudaram as equipes de combate a fogo a intensificar o trabalho de rescaldo, essencial para evitar a reignição das chamas.
O tenente Randolfo Rocha destacou a importância das condições climáticas no enfrentamento aos incêndios. “A frente fria muda toda a situação de combate. O clima mais ameno favorece o enfrentamento. Uma maior umidade do ar também favorece. Em contrapartida, a velocidade do vento atrapalha tanto o combate, por causa da propagação mais rápida, como também favorece a reignição nos pontos já combatidos”, explicou.
Com a temperatura na casa dos 17°C, bem abaixo dos habituais 35°C, os bombeiros trabalharam até tarde da noite na região do Abobral. As guarnições realizaram o rescaldo, um processo que envolve a extinção das chamas que ficam escondidas na vegetação, evitando que pequenos focos de incêndio se transformem novamente em grandes queimadas. O subtenente Adalto de Oliveira Campos, responsável pela operação na Fazenda Santa Fé, ressaltou a importância desse trabalho contínuo de vigilância.
Na região entre o rio Miranda e o rio Abobral, duas guarnições de combate aos incêndios florestais atuaram durante todo o dia e noite da terça-feira (25). Quatro aeronaves Air Tractor do ICMBio foram mobilizadas, com apoio das equipes do PrevFogo, para auxiliar no combate às chamas. Após a ação noturna, a área amanheceu sem novos focos de incêndio, embora a monitoração contínua seja necessária para evitar reignições.
Sobrevoos utilizando aeronaves do ICMBio permitiram a identificação de pontos críticos e a definição de estratégias para o combate conjunto entre equipes aéreas e terrestres. O Corpo de Bombeiros informou que a região da BR 262, próxima à ponte do rio Paraguai, não apresenta mais focos de incêndio, mas ainda está sob vigilância devido a pontos de calor remanescentes.
Na Fazenda Bodoquena, duas novas equipes de bombeiros foram enviadas para reforçar as operações na área. No norte, próximo ao rio Taquari, sobrevoos identificaram a necessidade de criação de aceiros para conter possíveis novos focos. A mobilização e orientação das equipes foram essenciais para controlar a situação.
A região de Maracangalha também está sob monitoramento constante, com equipes terrestres e aeronaves Air Tractor trabalhando juntas. Na Baía do Castelo, equipes foram transportadas por helicóptero para realizar combates localizados, com apoio de três aeronaves.
Atualmente, 74 bombeiros militares estão envolvidos nas operações, divididos entre combate em solo, operações aéreas e gestão do Sistema de Comando de Incidentes. O apoio de outras forças, como fuzileiros navais e brigadistas do PrevFogo, tem sido crucial. Nesta quinta-feira, é esperada a chegada de cerca de 40 militares da Força Nacional para reforçar as operações no Pantanal.
Desde o início da Operação Pantanal 2024, em 2 de abril, 415 bombeiros militares de Mato Grosso do Sul foram mobilizados, utilizando sete aeronaves no combate aos incêndios. O esforço conjunto das equipes tem sido fundamental para proteger o bioma e controlar as queimadas que ameaçam a fauna e flora da região.