Ele conta que demorou algum tempo para conseguir localizar a ave entre as árvores, mas o avistamento valeu a pena porque foi melhor do que os anteriores.
A sensação é de ganhar na loteria para o biólogo e fotógrafo Gabriel Oliveira de Freitas, que, na última segunda-feira (21), fez um registro impressionante no Maciço do Urucum, na região do Pantanal em Corumbá. Ele conseguiu capturar uma harpia, a maior águia do mundo, segurando um macaco bugio nas garras. Gabriel, que fotografa aves há 11 anos, descreve o momento como “a foto da vida”.
Ele conta que estava no local acompanhado de William Menq, biólogo ornitólogo, especialista em aves.
“Enquanto conversávamos sobre a possibilidade de gravar um vídeo sobre as águias de penacho da região, William pegou sua câmera e gravou uma introdução. Ao abaixar a câmera, ele levantou o binóculo, me perguntou o que eu achava importante abordar no vídeo e, enquanto eu começava a responder, ele olhou para as árvores e gritou: ‘Caramba, a harpia!’”, relembra Gabriel.
Ele conta que demorou algum tempo para conseguir localizar a ave entre as árvores, mas o avistamento valeu a pena porque foi melhor do que os anteriores.
“Meu sexto encontro com a maior águia do mundo! E, dessa vez, ela carregava uma presa, uma fêmea de bugio. Com um pouco de paciência, conseguimos registrar imagens incríveis da harpia em voo, carregando sua presa, provavelmente em direção ao ninho. Ver uma harpia selvagem em seu ambiente natural já é raro, mas capturá-la em voo, com uma presa nas garras, é como ganhar na Mega-Sena”, diz o biólogo, que é apaixonado por animais e pela natureza desde pequeno.
“Lembro de passar horas observando o comportamento dos pássaros e outros animais no Rio de Janeiro, onde cresci. Essa paixão só foi crescendo ao longo dos anos e me levou a seguir a carreira de biólogo”, enfatiza ele.
Gabriel explica que já havia avistado um casal de harpias na região. Desde junho, a equipe da Icterus Ecoturismo, da qual é sócio-proprietário, juntamente com o projeto de monitoramento Primatas do Urucum e com apoio do projeto Harpia, vinha monitorando a área.