Forte nacionalmente, com 15 senadores, a maior bancada do Senado Federal, e com 52 deputados federais, a quarta maior bancada da Câmara dos Deputados, o PSD “definha” em Mato Grosso do Sul, perdendo prefeitos e vereadores.
Em 2020, o partido chegou a eleger quatro prefeitos em Mato Grosso do Sul, a de Água Clara, Gerolina da Silva Alves, o de Campo Grande, Marquinhos Trad, a de Fátima do Sul, Ilda Machado, e o de Juti, Gilson Cruz, porém, chegou a 2024 sem nenhum deles.
A prefeita de Água Clara, Gerolina Alves, trocou o PSD pelo PSDB, enquanto o prefeito de Capital, Marquinhos Trad, renunciou ao mandato para a vice-prefeita Adriane Lopes (PP), mas também já anunciou a saída da legenda.
Enquanto a prefeita de Fátima do Sul, Ilda Machado, trocou, neste fim de semana, o PSD pelo PP, partido no qual está o seu marido, o decano deputado estadual Londres Machado, e o prefeito de Juti, Gilson Cruz, saiu do PSD e foi para o PSDB.
Além disso, em Campo Grande, onde o partido tinha a maior bancada da Câmara Municipal de Vereadores, desde a sexta-feira passada conta apenas com o vereador Otávio Trad.
Isso porque o vereador Junior Coringa se filiou ao MDB na semana passada, enquanto o vereador Tiago Vargas também já se desligou da sigla e vai para o PL e o vereador Silvio Pitu anunciou que deixou o partido para se filiar ao PSDB.
Nos municípios do interior, conforme informação obtida pelo Correio do Estado, o quadro se repete, com os vereadores eleitos em 2020 pela legenda abandonando o partido para se filiar, em sua maioria, ou no PSDB, do atual governador Eduardo Riedel, ou no PP, da senadora Tereza Cristina.
DESMORONANDO
No entanto, desde as eleições de 2022 até o início de 2024, o PSD perdeu o status de um dos partidos mais fortes de Mato Grosso do Sul para desmoronar em nível estadual.
Mesmo tem o deputado estadual Pedrossian Neto como líder do governador Eduardo Riedel na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) e o senador Nelsinho Trad como presidente da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul), o PSD sucumbiu no Estado.
E a derrocada da legenda em Mato Grosso do Sul começou com a derrota do ex-prefeito Marquinhos Trad, que renunciou ao mandato na Capital para disputar a eleição para governador em 2022, mas não conseguiu nem chegar ao segundo turno devido a problemas com a Justiça.
A escolha que as principais lideranças do PSD no Estado fizeram de apoiar a candidatura à reeleição do então presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) no segundo turno, que acabou sendo derrotado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também contribuiu para o início da queda da sigla em nível estadual.
Porém, o golpe de misericórdia na já combalida legenda no Estado, aconteceu nas últimas semanas, quando vieram à tona o anúncio da saída de Marquinhos Trad por divergências com a direção com a qual a legenda estava tomando e também pela desistência do partido de lançar candidatura própria à prefeitura de Campo Grande para apoiar a pré-candidatura do PSDB.
Para os políticos com mandato que ainda estavam no PSD, foi a deixa para abandonarem o barco antes que afunde de vez e buscar outras legendas para garantir a sobrevivência política nas eleições municipais deste ano e nas eleições gerais de 2026.
Afinal, se o próprio irmão (Marquinhos Trad) do presidente da sigla no Estado (Nelsinho Trad) o acusou de estar entregando o partido aos “tucanos”, nada mais óbvio que era a hora de os detentores de mandato saírem e buscarem novos ares.
Há ainda a forte tendência de que o próprio presidente estadual do PSD, senador Nelsinho Trad, também possa trocar o partido no próximo ano para se filiar ao PL, como forma de contar com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro na campanha para a sua reeleição em 2026, já que o bolsonarismo é muito forte em Mato Grosso do Sul.
O certo é que as decisões equivocadas tomadas pelas lideranças do PSD em Mato Grosso do Sul transformaram uma legenda dona de um dos maiores fundos partidários do Brasil em um partido nanico em apenas quatro anos.
Fontes do PSD ouvidas pelo Correio do Estado revelaram que a única saída para que o partido não suma do mapa é o presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, assuma as rédeas da sigla em Mato Grosso do Sul para evitar essa derrocada desenfreada.
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