Algumas equipes e bases do Corpo de Bombeiros ainda vão permanecer em regiões do Pantanal
O Pantanal de Mato Grosso do Sul enfrentou um dos piores anos de incêndios de sua história, com 1,89 milhão de hectares devastados pelo fogo, segundo dados divulgados pelo governo estadual. O número representa um aumento de 20% em relação a 2020, ano que já havia registrado um cenário catastrófico para o bioma.
Após quatro meses da Operação Pantanal II, a força-tarefa que foi montada para combater os incêndios começa a se desmobilizar, porém, o Prevfogo do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e o Corpo de Bombeiros permanecem. O Prevfogo atuando com 150 brigadistas até dezembro e o Corpo de Bombeiros com 3 das 13 bases avançadas montadas durante a operação.
A Operação Pantanal II, que mobilizou cerca de 500 militares diariamente, foi fundamental para combater as chamas. Apesar do esforço conjunto das forças de segurança, as condições climáticas adversas, como a seca prolongada e as altas temperaturas, dificultaram o trabalho dos brigadistas.
As equipes percorreram mais de 116 mil quilômetros, transportando cerca de 150 toneladas de equipamentos para as áreas de queimadas. A operação contou com a participação de aproximadamente 900 militares e 170 viaturas terrestres.
“O cenário foi muito crítico no início da operação, com condições climáticas adversas, muito mais do que foram registradas em 2020”, afirmou o general Luiz Fernando Baganha.
Com a chegada das chuvas e o controle dos focos de incêndio, a Operação Pantanal II começa a ser desmobilizada. No entanto, o Prevfogo do Ibama e o Corpo de Bombeiros manterão equipes em alerta, especialmente em áreas mais vulneráveis, como a Serra do Amolar.
“Neste momento não temos focos a serem monitorados, mas como no ano passado houve uma série de focos de incêndios no início de novembro, vamos permanecer com a estrutura como forma de prevenção”, disse Jaime Verruck, secretário estadual de Meio Ambiente.
Os incêndios causaram danos irreparáveis à fauna e à flora do Pantanal, além de impactar as comunidades locais que dependem do bioma para sua subsistência. A recuperação da região será um processo lento e desafiador, exigindo investimentos em pesquisa, monitoramento e ações de prevenção.
O coronel Adriano Noleto Rampazo, subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros, explicou que as chuvas foram suficientes para as equipes começarem a se desmobilizar, preparar a manutenção dos equipamentos para o ano que vem, para a nova fase que virá. “No momento não há nenhum foco sendo combatido no Estado”, afirmou. Uma das bases que irá permanecer é a da Serra do Amolar.