Na noite da última quinta-feira (28), 40 militares da Força Nacional chegaram a Corumbá para reforçar o combate aos incêndios florestais no Pantanal. Esse contingente, composto por bombeiros militares do Distrito Federal e do Tocantins, integra as ações coordenadas pelo Sistema de Controle de Incidentes (SCI), sediado em Campo Grande, que já vem direcionando as operações do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul na região.
Esse reforço se junta ao efetivo local, que atua há mais de 90 dias no Pantanal, a partir de Corumbá e das 13 bases avançadas distribuídas pelo bioma, permitindo uma resposta mais rápida no combate aos incêndios. O coronel Frederico Reis, comandante do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, destacou a importância da chegada da Força Nacional. “A chegada da Força Nacional vai agregar ao trabalho que já está sendo efetuado há mais de 90 dias aqui no nosso Estado. Eles serão empregados nas nossas guarnições”, disse Reis.
Reis ressaltou as dificuldades enfrentadas no Pantanal, especialmente no deslocamento e permanência nas áreas de incêndio. “Muitas vezes é quase impossível chegar via terrestre, chegando só com aeronaves. Ficar lá, combatendo, é outra dificuldade. Então, com o reforço da Força Nacional e com o emprego de aeronaves federais, vamos fortalecer os bombeiros que já estão atuando no bioma Pantanal”, explicou.
O major dos Bombeiros de Tocantins, Marinaldo Gomes Rocha, que comanda a Força Nacional em Corumbá, detalhou a mobilização. “A preparação surgiu uns dois dias atrás no nosso batalhão que está a pronto emprego. Estamos prontos para prestar o apoio aos bombeiros do Estado”, afirmou. A estrutura que desembarca junto à Força Nacional inclui 27 viaturas, sendo duas de grande porte, e um caminhão carregado com material de combate a incêndio.
Eduardo Rocha, secretário estadual da Casa Civil, revelou que a Força Nacional fará um sobrevoo de cerca de 40 minutos sobre as áreas afetadas pelo fogo e posteriormente se reunirá com a Marinha. Ele também mencionou que o Governo de Mato Grosso do Sul fará uma apresentação para ministros que visitam Corumbá, para explicar como os incêndios começaram e como o Estado está lidando com a situação. “O Estado está trabalhando e eles têm de entender como isso ocorre, quantas pessoas trabalham nisso e quantos equipamentos são usados”, disse Rocha.
O governador, ao final da apresentação técnica, deve fazer pedidos específicos, incluindo a solicitação de um projeto de R$ 50 milhões elaborado pela Defesa Civil de Mato Grosso do Sul, que necessitará de carros, equipamentos e combustível. “Nós temos julho, agosto e setembro ainda pela frente. A seca e o fogo vieram antes esse ano, já que geralmente começa em agosto. Então, nós temos mais três, quatro meses pela frente e nós vamos precisar. O Governo de Mato Grosso do Sul vai montar um gabinete de crise aqui em Corumbá, e cada secretário virá uma semana, dez dias, acompanhar de perto. Nós vamos ter uma equipe aqui todos os dias”, concluiu Rocha.