O Refúgio Ecológico Caiman, hotel de luxo localizado em meio ao Pantanal de Mato Grosso do Sul, está em chamas desde ontem (1º). A admissão de turistas no local está suspensa temporariamente devido a isso. Brigadas privadas foram contratadas para apagar o fogo.
As informações foram confirmadas hoje (2) pelo proprietário, o empresário Roberto Klabin. ‘Houve uma virada inacreditável na noite passada. Os ventos ficaram tão fortes que o fogo chegou aqui e na vizinhança’, contou. Não há imagens até o momento.
Aeronaves próprias do hotel atuam em conjunto às operadas por militares. Brigadistas do Corpo de Bombeiros e da Força Nacional participam do combate.
Segundo relatório dos bombeiros, as chamas que avançaram para dentro do Caiman começaram a alguns quilômetros dali, em 23 de julho, depois que um caminhão atolado explodiu na região da Nhecolândia. Elas tomaram proporções enormes e foram se alastrando ferozmente, apesar de força-tarefa com combatentes em solo e aeronaves tentarem apagá-lo diariamente.
Os ventos que Klabin fala atingiram mais de 50 km/h no Pantanal, segundo monitoramento do Corpo de Bombeiros. Somados à maior temperatura registrada no País – de 38ºC ontem, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) – e cerca de três meses sem chuva significativa, eles formam o cenário ideal para o fogo se espalhar descontroladamente.
Cenas de filme – Em região próxima ao Refúgio Caiman, labaredas e ventos produziram imagens impressionantes ontem (1º). Redemoinhos, poeirão e fumaça que tomavam conta do céu foram filmados por funcionários de fazendas e brigadistas e compartilhadas em grupos de WhatsApp e redes sociais.
Essa região fica na área conhecida como Pantanal do Rio Negro, no Parque Estadual do Rio Negro, formado por RPPNs (Reservadas Particular do Patrimônio Natural) e localizada entre os municípios de Aquidauana e Corumbá.
Segundo apurou o jornal Aquidauana News, foram afetadas a Fazenda Santa Sofia e áreas como Baía Bonita, Bonfim e Carandazal.
Cerca de 300 mil hectares já foram consumidos pelo fogo este ano na região da Nhecolândia, conforme acompanha o proprietário do Refúgio Caiman.
Em todo o Pantanal sul-mato-grossense, o número ultrapassa os 700 mil hectares este ano, mostra o Lasa-UFRJ (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro). A perda já é maior que a registrada em 2022 e 2023 inteiros.
Em 2019 – O Caiman já enfrentou o fogo em 2019, quando mais de 35 mil hectares da fazenda foram assolados.
A propriedade, além de receber turistas para safári famoso para contemplar a biodiversidade do Pantanal, é sede de dois projetos de conservação natural de destaque.
Um deles é o Onçafari, que protege as onças-pintadas e monitora antas.
O outro é o mantido pelo Instituto Arara Azul para contribuir à ampliação da população da espécie ameaçada de extinção.
Fonte: Msnews