O Flamengo é o campeão da Copa do Brasil 2024. O time bateu o Atlético-MG novamente neste domingo, por 1 a 0, na Arena MRV, em Belo Horizonte. A primeira partida, no Rio, já havia sido de vitória flamenguista, por 3 a 1. Este é o quinto título da história da equipe, que também foi campeã 1990, 2006, 2013 e 2022.
A conquista é também a primeira de Filipe Luís como técnico. O ex-jogador assumiu o Flamengo no começo de outubro, para substituir Tite. O título soma-se a dois Brasileirão (2019 e 2020), duas Libertadores (2019 e 2022), duas Supercopas (2020 e 2021), uma Recopa Sul-Americana (2020), dois Cariocas (2020 e 2021) e uma Copa do Brasil (2022) que ele venceu como jogador pelo Flamengo.
Flamengo e Atlético-MG voltam a se enfrentar pela 33ª rodada do Brasileirão na quarta-feira, às 20h, no Maracanã, no Rio.
Atrás no placar agregado, o Atlético-MG buscou dominar as ações, mas sem pressa. Por outro lado, o Flamengo se defendia bem, não dando chances para que os mineiros criassem oportunidades. Em contra-ataque, a primeira chegada próxima do gol foi de Gerson, lançado por Arrascaeta, mas parado por Everson.
O time de Milito manteve a postura tranquila para atacar o Flamengo. Isso não reduzia a intensidade do time. Hulk e Paulinho formavam uma dupla lado a lado, com Scarpa e Arana nas pontas. Zaracho, que ganhou a vaga para a decisão, flutuava como opção de passe para todos os jogadores de frente.
O Atlético-MG, porém, insistia em lançamentos buscando a dupla de atacantes. Isso até superava a marcação de Pulgar e permitia a Hulk e Paulinho sobrarem livres, diante dos zagueiros. Entretanto, em nenhuma das vezes, eles conseguiram de fato dominar as tentativas dos companheiros.
Já o Flamengo preferiu avançar com troca de passes em transições rápidas. Assim teve uma sequência de chegadas pelo lado direito com Wesley. Em uma delas, Arrascaeta cabeceou para fora. Depois, a bola sobrou para o garoto Evertton Araújo bater de fora da área com perigo. A exposição era o risco que o Atlético-MG assumia para conseguir lançar-se em peso ao ataque, mas nada garantia que os flamenguistas continuariam errando.
O Atlético-MG só teve as melhores chances quando finalizou de fora da área. Em duas oportunidades, Rossi espalmou e quase entregou aos adversários, mas salvou. Um terceiro erro quase resultou em gol, quando o argentino saía com a bola nos pés, mas pressionado por Paulinho, precisou dividir com o atacante para mandar para escanteio.
A pressa, antes inexistente para os mineiros, se fez presente no final do primeiro tempo. Ainda eram necessários dois gols para levar a decisão aos pênaltis, quando os times desceram aos vestiários.
Os atleticanos voltaram com pressão. Mas novamente quem chegou com mais perigo foi o Flamengo. Rossi lançou Bruno Henrique, escolha de Filipe Luís para o lugar de Gabigol na segunda etapa. O camisa 27 arrancou do meio de campo e tentou cavar na saída de Everson, mas o goleiro conseguiu desviar para escanteio.
O lance foi exceção. A tônica era a pressão atleticana. A paciência era maior do que no final do primeiro tempo. A exposição também. O time atacava com os 10 jogadores de linha no campo ofensivo. Um certo preciosismo prejudicava o time. Mesmo quando o Atlético-MG chegava na área, a equipe tentava um toque a mais antes de finalizar e assim perdeu boas chances.
A estratégia de Filipe Luís foi buscar mais contra-ataques. Bruno Henrique teve novamente uma chance cara a cara com Everson e tentou encobrir. Mais uma vez, o goleiro conseguiu defender. Ele ainda salvou mais duas chances flamenguistas criadas a partir de transições rápidas e uma terceira com um chute de Alex Sandro quase na pequena área.
As chances perdidas, aliás, seguiam se repetindo dos dois lados. Na sequência, foi na frente do gol de Rossi que a bola quicou sem que ninguém empurrasse para o gol.
Foi então que o equatoriano Gonzalo Plata, chamado por Filipe Luís aos 23 do segundo tempo, decidiu dar um basta nas chances perdidas. Mais uma vez no contra-ataque, Bruno Henrique lançou para o companheiro. Plata saiu do campo de defesa, driblou Saraiva e ficou de frente para Everson. Desta vez, o paredão não conseguiu segurar. O camisa 45 encobriu o atleticano e sacramentou o título do Flamengo.
A comemoração estourou uma confusão. Parte do público recorde de 44.876 pessoas da Arena MRV insistiu em jogar copos nos flamenguistas. Um homem até invadiu o campo e foi detido. O jogo ficou lastimavelmente parado.
Quando voltou, o ritmo já era outro. O Atlético-MG foi vítima da própria torcida e ficou desmobilizado. Uma bomba atirada próximo de Rossi paralisou o jogo novamente.
Everson fez mais dois milagres, enquanto os atacantes tentavam, sem sucesso, uma resposta. Melhor para o Flamengo, que é pentacampeão.
FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO-MG 0 X 1 FLAMENGO
ATLÉTICO-MG – Everson; Lyanco (Saravia), Battaglia e Junior Alonso; Gustavo Scarpa (Alisson Santana), Otávio (Alan Kardec) Alan Franco, Zaracho (Bernard) e Guilherme Arana (Rubens); Hulk e Paulinho. Técnico: Gabriel Milito.
FLAMENGO – Rossi; Wesley, Léo Ortiz, Léo Pereira (David Luiz) e Alex Sandro; Erick Pulgar, Evertton Araújo, Gerson e Arrascaeta (Fabrício Bruno); Gabigol (Bruno Henrique) e Michael (Gonzalo Plata). Técnico: Felipe Luis.
GOL – Gonzalo Plata, aos 36 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Lyanco e Igor Rabello (Atlético-MG) e Erick Pulgar e Evertton Araújo (Flamengo).
CARTÃO VERMELHO – Saravia (Atlético-MG).
ÁRBITRO – Raphael Claus (Fifa-SP).
PÚBLICO – 44.876 presentes.
RENDA – R$ 10.410.129,58.
LOCAL – Arena MRV, em Belo Horizonte.