O Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) acolheu na última sexta-feira (23) dois filhotes de gato-palheiro que foram resgatados dos incêndios florestais que assolam a região do Pantanal. Os pequenos felinos foram encontrados por uma equipe do Corpo de Bombeiros durante as operações de combate ao fogo na região de Miranda. Lutando pela sobrevivência em meio às chamas, os filhotes foram resgatados pelo Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap), vinculado à Semadesc.
Após o resgate, os filhotes foram levados ao pelotão da Polícia Militar Ambiental (PMA), onde passaram por exames veterinários detalhados realizados por especialistas do Ibama. A avaliação indicou que os animais estavam aptos a serem transferidos para o Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS), onde receberiam cuidados mais específicos. No CRAS, vinculado ao Hospital Veterinário Ayty, os filhotes encontraram o apoio necessário para iniciar sua recuperação.
No CRAS, os filhotes estão recebendo cuidados intensivos, começando com uma dieta inicial à base de leite. À medida que crescem, eles serão gradualmente introduzidos a alimentos sólidos, como carne, para garantir seu desenvolvimento saudável. Além disso, os especialistas do CRAS planejam iniciar um treinamento de caça, que será fundamental para que os filhotes possam um dia retornar ao seu habitat natural e sobreviver por conta própria.
Um aspecto particularmente interessante desse resgate é que um dos filhotes apresenta uma condição genética rara chamada melanismo, que faz com que sua pelagem seja completamente preta. Segundo a gestora do hospital, esse é um fenômeno incomum entre os gatos-palheiros, o que torna o animal ainda mais especial. Os cuidados e a recuperação desse filhote serão acompanhados com atenção redobrada pelos especialistas.
O CRAS tem desempenhado um papel vital na recuperação de animais silvestres afetados pelos incêndios na região. Recentemente, o centro também recebeu dois filhotes de lobinho, com apenas duas a três semanas de vida, que foram resgatados em Dourados após outro incêndio florestal. Esses animais, assim como os filhotes de gato-palheiro, passaram por exames clínicos detalhados e estão recebendo tratamento especializado.
Além dos gatos-palheiros e dos lobinhos, o CRAS está atualmente cuidando de um filhote de veado-catingueiro, também resgatado de um incêndio, desta vez na Aldeia Alves de Barros. O trabalho do CRAS, que acolhe cerca de 2.500 animais por ano, é crucial para a preservação da fauna silvestre do Mato Grosso do Sul, garantindo que cada animal resgatado tenha a chance de se recuperar e, sempre que possível, retornar ao seu habitat natural.
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