O fazendeiro de 62 anos preso por deixar cabeças de gado agonizarem até a morte nas margens do rio Taquari vai responder aos crimes de maus-tratos e abandono em liberdade. Neste fim de semana ele foi localizado, levado para a delegacia e depois liberado; já que a pena pelo crime não ultrapassa 2 anos.
Segundo informações da Polícia Civil, o boletim de ocorrência contra o fazendeiro foi registrado em São Gabriel do Oeste, assim que ele foi localizado. O crime de maus-tratos, ao qual ele responde agora, tem uma pena que vai de três meses a um ano e por isso, ele vou liberado depois de ser ouvido.
O delegado que atendeu o caso explicou que apesar de o caso ser complexo e envolver muitos animais, a pena para o crime é baixa e por lei, o suspeito não poderia ficar preso.
O proprietário rural foi liberado sob compromisso de cuidar do gado.
Ele também é investigado por crime de degradação de APP (Área de Preservação Permanente). A polícia aguarda relatórios da PMA para indiciá-lo.
Além de ser investigado criminalmente, o homem foi multado pela PMA (Polícia Militar Ambiental) em R$ 3 mil por animal. O montante pode ultrapassar dois milhões de reais por dia, já que mais de 50 bovinos morreram e aproximadamente mil cabeças de gado foram encontradas em condições visíveis de abandono, muitos debilitados e incapazes de se locomover.
A corporação militar e a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) apuravam a situação dos animais desde a última quarta-feira (4), quando vídeos mostrando a situação degradante dos animais começaram a circular no WhatsApp.
A fazenda onde estavam os animais, situada na região conhecida como Tupã, entre Coxim e Rio Verde, estava abandonada, com falta de água, pastagens ou qualquer outro alimento para os bovinos, cenário agravado pela seca severa dos últimos dias.
Embora o maquinário da propriedade estivesse em condições de uso, os policiais encontraram um cenário desolador no local. Devido à seca, os animais desceram até o rio e acabaram morrendo atolados e de fome à margem do Taquari.
Durante a vistoria, os policiais ambientais tentaram socorrer alguns novilhos, oferecendo água de garrafas térmicas e retirando animais que estavam atolados em uma poça de lama.
A ação contou com o apoio da Iagro e do Ministério Público Estadual (MPE).