Após sair da prisão, autor ainda foi até a casa da família
A família do borracheiro Uelton Honório de Jesus da Silva, assassinado no domingo (17) a facadas por outro morador da região, após uma briga pelo sumiço do aparelho celular da vítima, ainda está em choque. O crime aconteceu no bairro Universitário, em Campo Grande.
Eles negam a primeira versão, informada em boletim de ocorrência, de que Uelton havia discutido com a esposa.
Segundo a advogada da família, Étila Guedes, a esposa de Uelton havia passado mal em casa, após a pressão cair. A filha mais velha então acionou o socorro.
Quando a mulher era atendida, Uelton chegou à residência alcoolizado e não o deixaram acompanhar a esposa, que foi levada até a unidade de saúde na companhia da filha.
No momento do socorro da esposa, o autor, que mora também na região e é conhecido por moradores como uma pessoa de mau caráter, entrou na casa da vítima e furtou uma corrente e um aparelho celular.
“Relatos dos familiares é que ele entrou na surdina. Depois que a ambulância foi embora, Uelton sentiu falta do celular e lembrou que o autor era quem estava ali no momento do socorro e começou a discussão”, afirma.
A avó de Uelton chegou ao local e pediu que eles parassem com a discussão, momento em que o autor afirmou que mataria Uelton. Ele saiu então para pegar uma faca e a vítima foi atrás.
Quando vítima e autor se encontraram novamente o autor já estava com a faca, até porque ele mora na região. “Uelton até tentou se defender com um estilingue, mas ele já chegou e colocou a primeira facada, pegou aqui na região lombar, e ele já caiu. A avó, no desespero, pegou o estilingue, bateu na cabeça do autor, porque provavelmente a lesão que ele teve na orelha foi a avó que fez, porque ela também está com uma lesão na mão aqui bem forte, só que aí já não teve mais jeito”, explicou.
A polícia depois achou o aparelho celular a alguns metros do local. A suspeita é que o autor jogou na hora que foi pegar a faca.
Descarado
Ainda segundo a advogada, o autor chegou a ser preso, mas logo foi solto. Ele ainda chegou a ir à casa da família da vítima, mas foi ‘tocado’ de lá pelo pai da vítima.
“Acabou de matar um neto preferido, pai de família, um bom filho e ainda retornou na casa dos familiares, sabe-se lá para quê”.
Uelton era borracheiro e recentemente havia sido contratado por uma empresa de transporte. Ele criava as duas enteadas ao lado da esposa.