Gestante de 28 anos, grávida de gêmeos perdeu os bebês após sofrer uma hemorragia e aguardar atendimento de alto risco em Corumbá – distante a 426 quilômetros de Campo Grande.
A mulher, que estava em acompanhamento pré-natal na rede pública de saúde, não conseguiu acesso imediato e alega ter aguardado quase 20 dias por consulta com especialista.
Segundo o site Folha MS, o caso ocorreu na última quinta-feira (10), quando a gestante estava no Fórum de Corumbá e teve o rompimento da bolsa, apresentando na sequência, hemorragia.
Segundo o relato de familiares, foi acionado o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e o Corpo de Bombeiros, mas houve demora no atendimento. O marido afirma que a esposa permaneceu cerca de uma hora e meia sangrando até ser levada à unidade de saúde.
“Ela precisava do remédio, para hemorragia. Ela ficou mais ou menos, cerca de uma hora sangrando. Hemorragia intensa, forte. Ficou pálida; quando foi levada para a mesa de cirurgia pra tentar tirar as crianças. relatou.
Gravidez era monitorada, mas consulta de alto risco nunca foi marcada
A mulher fazia o pré-natal regularmente na Unidade Básica de Saúde da Mulher. Desde o fim de março, ela aguardava o agendamento de uma consulta de alto risco, necessária por se tratar de uma gestação univitelina — quando os gêmeos compartilham a mesma placenta. O atendimento especializado nunca chegou a ser marcado.
A mulher completaria cinco meses de gestação na próxima terça-feira (15).
Cidade não conta com UTI neonatal
Corumbá não possui unidade de terapia intensiva neonatal. Mesmo que tivessem realizado o parto e em uma eventual sobrevivência dos fetos, não haveria condições adequadas para dar um suporte médico aos recém-nascidos.
A jovem permanece internada na maternidade municipal para procedimentos médicos e acompanhamento psicológico.
O que diz a Santa Casa
Em nota oficial enviada à imprensa, a Maternidade de Corumbá afirmou que o atendimento à gestante foi realizado imediatamente, sem necessidade de triagem, e que não houve qualquer tipo de omissão por parte da equipe de plantão.
Segundo a direção, a paciente foi acolhida assim que chegou, recebeu os cuidados necessários e não houve falta de medicação durante o atendimento.
O hospital informou ainda que não foi indicada intervenção cirúrgica, pois os fetos, com 19 semanas, não apresentavam idade gestacional compatível com a vida fora do útero.
“A prioridade da equipe foi garantir a saúde da gestante, que recebeu todos os cuidados clínicos necessários de forma ágil e eficaz. Reforçamos que o caso tratava-se de um aborto em curso, inevitável, e que a idade gestacional era incompatível com a vida extrauterina”, afirma a nota assinada pela diretora da Maternidade, Dra. Dalva Dias.
(Com informações Folha MS)