A família do motoentregador Hudson de Oliveira Ferreira, que morreu depois de ser atingido pelo Porsche dirigido pelo empresário Arthur Navarro, na noite do dia 22 de março, em um acidente em Campo Grande, pedirá à Justiça R$ 1 milhão de indenização.
De acordo com a advogada da família, Janice Andrade, o pedido será de indenização por danos morais e pensão para os filhos calculando a expectativa de vida de Hudson, que seria de aproximadamente 75 anos, sendo calculado R$ 3 mil por mês multiplicado pelos anos de vida do motoentregador.
Com isso, o valor da indenização deve ser entre R$ 670 mil a R$ 1 milhão. Ainda de acordo com Janice, além de Arthur, o pai dele, e dono do Porsche, também será arrolado no processo de pedido de indenização.
Arthur Torres Rodrigues Navarro, empresário do Bada Bar – estabelecimento localizado em bairro de alto padrão de Campo Grande –, ainda pode ter a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) suspensa. A delegada Priscilla Anuda, da 3ª Delegacia de Polícia Civil, que investiga o caso, enviou a solicitação da suspensão da carteira de Arthur ao Poder Judiciário. Ela também pediu que o empresário fique proibido de sair da cidade e de frequentar bares e casas noturnas.
Acidente filmado
O empresário foi filmado por câmeras de segurança dirigindo o carro de luxo em alta velocidade após o acidente. Porém, durante depoimento na delegacia, ele teria mentido sobre a velocidade no momento em que atropelou o motociclista.
Ele disse que não estava em alta velocidade e que não havia ingerido bebidas alcoólicas. “Não imaginei que poderia ser algo grave”, contou ao final de seu depoimento.
Arthur ficou com o Porsche parado de sexta a domingo, quando levou o carro para a casa do irmão e a peça danificada para um martelinho. Para tentar justificar isso – enquanto a polícia o procurava –, o empresário alegou que seu pai e seu irmão também fazem uso do veículo e que o deixou em sua garagem no fim de semana.
Empresário atropelou pedreiro em 2014
Arthur Torres Rodrigues Navarro responde a um processo de R$ 282 mil por atropelar um pedreiro em agosto de 2014, em Campo Grande.
Na época, o pedreiro tinha 64 anos e conduzia uma motocicleta na Avenida Bom Pastor, quando foi atingido por um Fiat Uno – conduzido por Arthur –, no cruzamento com a Avenida Coronel Porto Carreiro. O acidente aconteceu na manhã do dia 19 de agosto.
Arthur teria desrespeitado a preferencial que era do motociclista, causando a colisão. A vítima sofreu fraturas nos membros inferior e superior, sendo socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada para a Santa Casa da Capital.
Devido às lesões, o pedreiro foi submetido a cirurgias e fisioterapias para correção, mas não houve melhora, o que ocasionou perdas funcionais de seus membros. Com isso, ele ficou impossibilitado de trabalhar.
Por este fato, a vítima entrou com ação de indenização por danos morais, corporais, estéticos e materiais decorrentes de acidente de trânsito pedindo R$ 282.400,00.
A defesa do empresário, representada pelos advogados André Borges e Lucas Rosa, se manifestou em relação ao acidente de 2014, afirmando que o caso é antigo e a responsabilidade não está definida.
“Caso é antigo e em nada se relaciona com o acidente de trânsito atual; defesa já foi apresentada; nada ainda foi decidido pelo Judiciário; ou seja: responsabilidade pelo primeiro evento também não está definida; devemos aguardar com serenidade a conclusão do processo”.