A servidora do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), detida por deixar prejuízo de R$ 40 mil em um salão de beleza conceituado no Jardim dos Estados, em Campo Grande, após aplicar o golpe do falso Pix, responde na Justiça por não pagar procedimentos estéticos no valor de R$ 7 mil em uma clínica.
A funcionária pública – que recebe salário de R$ 5.976,75 – foi detida no início da tarde desta terça-feira (24) quando agendou alguns serviços e foi até o salão para realizá-los.
Conforme apurado pelo Jornal Midiamaxexiste uma ação por pagamento indevido na 7ª Vara Cível de Campo Grande. A ação foi ajuizada pela cirurgiã dentista que atendeu a servidora no último dia 5 de agosto, quando foram realizados procedimentos, como aplicação de ácido hialurônico e botox.
Porém, a funcionária pública optou por pagar os procedimentos antecipados e enviou um comprovante no valor de R$ 6,1 mil.
Já no dia agendado, ela foi até a clínica e realizou os procedimentos contratados. Contudo, a servidora optou por realizar 1 ml adicional de ácido hialurônico, momento em que a clínica decidiu lhe dar um desconto.
Ainda, foi presenteada com uma sessão de laser com tecnologia avançada no valor de R$ 800 como cortesia.
Logo que os procedimentos foram finalizados, a mulher enviou outro comprovante de pagamento via Pix no valor de R$ 900.
Apesar dos comprovantes enviados, que totalizam R$ 7 mil, a proprietária da clínica não recebeu os valores, ficando no prejuízo. Ocorreram diversas tentativas de negociação, sendo que inclusive a servidora admitiu a dívida, mas não pagou.
Conforme consta na ação judicial, em 30 de agosto a advogada da cirurgiã dentista entrou em contato com a mulher para conversar sobre uma notificação extrajudicial enviada a ela.
Durante a conversa, a servidora diz que está consultando seu advogado, mas não conseguiu retorno. Ela ainda conclui que teria avisado a cirurgiã dentista sobre usar o cartão de crédito do esposo para parcelar o valor.
Entretanto, a servidora questiona se há como parcelar via boleto até que resolva sua situação com a agência bancária.
A conversa perdura por algumas horas e a advogada ainda alerta que, caso os valores não sejam pagos, o próximo passo é realizar boletim de ocorrência.
A reportagem do Jornal Midiamax acionou o Imasul para saber quais serão as medidas adotadas em relação ao cargo da funcionária pública e aguarda um posicionamento.
Servidora frequentava salão desde janeiro
Ao Jornal Midiamaxa gerente do estabelecimento contou que a mulher frequentava o local desde janeiro, de duas a três vezes por semana. Inclusive, acompanhada das filhas por diversas vezes. Contudo, não aparentava ser criminosa.
Somente na primeira ida da suspeita no salão é que ela pagou pelo serviço realizado. “Depois, nas outras idas ao estabelecimento, ela perguntava ao profissional qual o valor do serviço e editava o PDF daquele comprovante durante o atendimento. Ela realizou 80 serviços desde janeiro, destes, 78 foram falsos”, explicou a gerente.
A suspeita é de que a mulher realizou apenas o pagamento do primeiro atendimento, para pegar o modelo do comprovante, fazer a edição posteriormente. Com o golpe, o salão de beleza estimou um prejuízo de cerca de R$ 40 mil.
O golpe foi descoberto no último fim de semana, quando a proprietária de uma clínica de estética alertou a dona do salão de beleza. “Ela também atendia essa mulher e notou que os comprovantes de pagamento não estavam caindo, então desconfiou e nos avisou”, contou.
Com isso, a equipe do estabelecimento apurou os fatos, identificou a suspeita e registrou um boletim de ocorrência. Logo que a mulher agendou um serviço para a tarde desta terça (24), a proprietária acionou a polícia, que foi até o local e encaminhou a suspeita para a delegacia.