O homem, de 29 anos, preso com o amigo, de 24, na região da Vila Santa Luzia, em Campo Grande, durante a madrugada desta segunda-feira (20), se contradisse, mas confessou à polícia que efetuou o disparo ao devolver o filho para a ex-esposa.
Conforme boletim de ocorrência, uma policial penal escutou dois disparos de arma de fogo na frente de sua casa por volta das 21h45 desse domingo (19). Por volta da 1h40 da madrugada desta segunda (20), uma pessoa subiu no muro da casa dela e furtou a câmera de segurança.
Pelas imagens de câmeras da via, ela relatou que um veículo Ônix, de cor preta, estava estacionado na casa ao lado, quando saiu e efetuou os disparos. O suspeito de furtar a câmera aparentemente também saiu da mesma residência.
Ao conversar com a vizinha, a mesma disse à polícia que o ex-marido, de 29 anos, foi até sua casa deixar o filho do casal no momento dos tiros e que ela ouviu os disparos, mas não soube informar os autores.
Uma equipe da PM (Polícia Militar) iniciou diligências e encontrou a casa do ex-marido, onde estava o Ônix com as mesmas características do carro usado pelos autores durante os disparos, em frente ao imóvel.
Os militares conversaram com a moradora e a mesma relatou que o veículo era de seu filho, que é ex-esposo da vizinha da policial penal. O rapaz estava dormindo e, durante abordagem pela equipe policial, confessou que participou dos disparos. Porém, ele afirmou que estava apenas dirigindo o Ônix e o amigo seria quem atirou para o alto.
Então, os militares realizaram buscas e encontraram no carro duas munições deflagradas, enquanto no quarto dele, foi encontrada uma caixa de munições calibre .32 com oito munições intactas.
Em seguida, os policiais foram até a casa do amigo do rapaz, onde o mesmo confessou os disparos e disse que jogou a arma no quintal da sua residência. Os militares, então, encontraram o revólver Taurus calibre .32 no quintal, sendo que no coldre da arma, tinha 6 munições do mesmo calibre intactas.
Diante dos fatos, a dupla acabou presa em flagrante e levada para a Depac Cepol. Diferente do que disse aos militares quando abordado em casa, o rapaz que foi devolver o filho para a ex-esposa confessou na Delegacia de Polícia Civil que foi ele quem atirou para o alto.
Por fim, o caso acabou registrado como posse irregular de arma de fogo de uso permitido e disparo de arma de fogo.
Defesa diz que amigo é quem disparou para o alto
A advogada do pai da criança, Priscila Moreira, nega que o caso seja uma violência doméstica. Ela explica que o homem foi devolver o filho para a mãe, que é a ex-esposa dele, quando, em circunstâncias desconhecidas, o amigo disparou para o alto.
A advogada explica, ainda, que chamou a mãe do autor, avó da criança, para prestar depoimento e comprovar que não se trata, também, de uma tentativa de feminicídio, como seria registrado. Neste momento, os policiais que atenderam a ocorrência estão na delegacia para registro da mesma.
Suspeita de atentado
As primeiras informações que chegaram sobre o caso apontavam que se trataria de um atentado a um policial penal, especialmente, após atentado no Presídio Jair Ferreira Carvalho, conhecido como Máxima, onde policiais penais eram alvo de uma tentativa de execução.
Contudo, o presidente do SINSAP-MS (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul), André Luiz Santiago explicou que a casa do policial penal possui câmeras que capturaram o ocorrido. Esse é o único envolvimento dele no caso.
“Não tem nada a ver com o policial, é uma briga de casal da vizinhança. A única coisa que envolve o policial penal aqui é que tinha uma câmera e pegaram a câmera. Foi tiro na casa de outra pessoa, acho que a pessoa viu a câmera e falou que tinha uma prova ali e acabou pegando a câmera dele”, disse.