O ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de 82 anos, foi diagnosticado com uma forma agressiva de câncer de próstata, conforme comunicado oficial de seu gabinete pessoal divulgado no domingo (18). Segundo o porta-voz, a doença foi detectada após Biden apresentar sintomas urinários e passar por exames que identificaram um nódulo na próstata.
A análise médica apontou um escore de Gleason de 9 (Grupo Grau 5), caracterizando um estágio avançado da doença, que já se espalhou para os ossos. O gabinete de Biden destacou que, apesar da agressividade do câncer, ele é sensível a hormônios, o que possibilita alternativas de tratamento que estão sendo avaliadas pela família e pelos médicos.
Metástase óssea e possibilidades de tratamento
A metástase óssea ocorre quando células cancerígenas se desprendem do tumor original e migram para os ossos, tornando o quadro mais complexo. No caso de Biden, essa disseminação foi identificada durante os exames, aumentando o nível de preocupação sobre a progressão da doença.
Especialistas explicam que o escore de Gleason, que avalia a agressividade do câncer, varia de 2 a 10, sendo os números mais altos indicativos de células mais anormais e de maior probabilidade de disseminação. Um escore de 9, como o de Biden, representa um dos níveis mais graves da doença, pertencendo ao Grupo Grau 5, o mais agressivo na escala de classificação.
Ainda assim, o comunicado destaca que o câncer de próstata de Biden parece ser sensível a hormônios. Esse tipo de sensibilidade permite tratamentos hormonais para bloquear ou reduzir a produção de testosterona, que alimenta o crescimento das células cancerígenas. Biden e sua família estão consultando médicos para definir os próximos passos no combate à doença.
Trajetória política de Joe Biden e desafios de saúde
Joe Biden comandou os Estados Unidos entre 2021 e 2024, após vencer Donald Trump nas eleições presidenciais de 2020. Antes disso, foi vice-presidente nos dois mandatos de Barack Obama, entre 2009 e 2016. Em 2024, tentou a reeleição, mas questões relacionadas à saúde surgiram durante a campanha, alimentando críticas tanto de opositores republicanos quanto de membros do próprio Partido Democrata.
Os debates eleitorais daquele ano expuseram fragilidades cognitivas do ex-presidente, como episódios de confusão e lapsos de memória. Após uma série de gafes públicas, Joe Biden anunciou sua desistência da candidatura e declarou apoio a sua vice, Kamala Harris, que posteriormente foi derrotada por Donald Trump nas eleições.
Desde então, Joe Biden tem se mantido recluso, dividindo seu tempo entre Delaware e Washington, onde realiza encontros pontuais com sua equipe para planejar sua vida pós-presidencial. Mesmo afastado dos holofotes, Biden participou de entrevistas em que rebateu acusações sobre um suposto declínio mental, classificando-as como “infundadas”.
Em nota, a equipe de Joe Biden disse que ele e sua família estão focados em buscar as melhores opções disponíveis, enquanto médicos avaliam as estratégias mais adequadas para lidar com a metástase óssea identificada.
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