O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) cumpriu 6 mandados de busca e apreensão em endereços de Campo Grande e Camapuã, no âmbito da Operação Oscurità que apura desvio milionário de recursos da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Mato Grosso do Sul.
Desde 2021, apontou o MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul), o ex-coordenador do Centro Especializado em Reabilitação da APAE, Paulo Henrique Muleta Andrade, embolsou exatos R$ 8.066.745,25 que deveriam ser investidos no atendimento de pacientes ostomizados.
Pessoas nestas condições precisaram passar por uma intervenção cirúrgica para fazer no corpo uma abertura ou caminho alternativo de comunicação com o meio exterior (estoma), para a saída de fezes ou urina, assim como auxiliar na respiração ou na alimentação.
Conforme o MPMS, Muleta direcionava as compras realizadas pela entidade, com dinheiro público, para empresas fictícias criadas por ele mesmo, em nome de um laranja.
O ex-coordenador da entidade já está afastado de suas funções desde novembro do ano passado, quando também foi alvo da força-tarefa, “Turn Off”.
Pelos desvios, Paulo foi denunciado pelo crime de corrupção passiva. A denúncia foi recebida pelo Poder Judiciário em 28 de junho de 2024.
Operação Oscurità
A investigação foi conduzida pela 29ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social de Campo Grande e também teve apoio do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção). O MPMS ainda contou com a colaboração da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Campo Grande e do seu setor de compliance.
Conforme a Associação, após o afastamento do investigado, foi registrada uma substancial redução nos custos das compras de produtos antes realizadas pelo ex-coordenador.
O termo Oscurità, do italiano, significa obscuridade, adotado diante da pretensão do investigado de obter cidadania italiana e mudar-se, pedido formalizado após os desvios milionários que vitimaram o Estado e a Apae de Campo Grande.
A Apae se manifestou diante de mais uma fase da investigação.
Confira a nota na íntegra
Em virtude da operação deflagrada hoje pelo Gaeco, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Campo Grande (APAE/CG) reitera que tem plena disposição para colaborar com todas as autoridades e entidades envolvidas na investigação, conforme tem feito desde o início.
Estamos profundamente comprometidos em assegurar que os valores e a missão da nossa instituição sejam preservados, e continuaremos a trabalhar para garantir que todos os nossos serviços sejam prestados com a máxima integridade e dedicação.
A APAE de Campo Grande permanece à disposição e reafirma seu compromisso com a ética e a transparência. Atenciosamente,
APAE de Campo Grande (APAE/CG)
A reportagem não conseguiu contato com Paulo Muleta.
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