Um estudo realizado pela consultoria de estudos sobre consumidores La Vulca e Netquest, em parceria com a Bioelements – referência em soluções inovadoras e sustentáveis para o mercado de embalagens — revelou a percepção do consumidor sobre a utilização das embalagens de plástico e a presença desse material em residências no Brasil, Chile e México.
Os dados levantados pela pesquisa, em fevereiro de 2024, revelam uma alta consciência ambiental entre os latino-americanos, com 78% dos participantes reconhecendo o impacto negativo do plástico convencional em suas vidas. Os dados reforçam que esse chamado para transformação é percebido pela ampla maioria dos entrevistados: 78% dos brasileiros gostariam de ter mais ajuda das empresas na gestão das embalagens ao final de sua função, 82% dos latinoamericanos questionados estão dispostos a escolher produtos sustentáveis se estes forem equivalentes em qualidade e preço e 93% consideram os produtos biodegradáveis uma opção favorável. Além disso, mais de 75% consideram que uma marca melhoraria a sua imagem em relação ao consumidor se adotasse plásticos biodegradáveis em seus negócios.
Mas o desafio é como superar a lacuna entre essa conscientização e a reciclagem de embalagens plásticas, que só tem a adesão de 31% dos entrevistados nos três países consultados. Essa taxa é ainda menor no Brasil: só 4% dos resíduos foram reciclados no país, em 2022, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.
O estudo mostra ainda que o plástico convencional flexível, utilizado em sacolas plásticas e embalagens de alimentos, representa 48% dos resíduos acumulados nas casas brasileiras, ao passo que apenas 32% dos entrevistados responderam que reciclam esse tipo de material.
Desconfiança do consumidor
Segundo dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), cerca de 216 milhões de toneladas de resíduos sólidos são gerados anualmente, do total, 52% são orgânicos e 19% são recicláveis, principalmente os plásticos, que representam 12%. Além disso, apenas 4,5% desses materiais são reciclados. A gestão diferenciada de resíduos também é escassa, sendo 56% destinados a aterros sanitários e cerca de 40% descartados indevidamente em aterros a céu aberto.
Nesse cenário, outro dado do estudo mostra insegurança entre os consumidores: 52% dos participantes brasileiros que não reciclam disseram que não o fazem por não confiar na gestão eficiente desses resíduos por terceiros, número ainda maior na média entre os três países pesquisados, chegando a 58% dos entrevistados. Para completar, 77% acreditam que os custos dessa gestão de resíduos deveriam ser de responsabilidade das empresas.
Para Adriana Giacomin, Country Manager da Bioelements no Brasil, “a pesquisa tem o objetivo principal de desafiar o status quo em relação às estratégias de reciclagem adotadas na América Latina nos últimos 30 anos. Além de simplesmente apresentar números e dados, buscamos iniciar uma conversa aprofundada sobre a eficácia das práticas atuais e a necessidade de se inovar para resolver de forma mais eficaz o problema dos resíduos plásticos na região”, afirma.
Uma alternativa biodegradável
Iniciativas que incentivam a pesquisa e desenvolvimento de embalagens biodegradáveis, representam uma alternativa eficiente ao problema da poluição, mantendo a funcionalidade do plástico convencional, mas sem poluir o planeta ao longo de 400 anos. Isso porque, materiais reconhecidos como biodegradáveis são fonte de alimento para fungos e microrganismos, evitando a contaminação da natureza, sem deixar fragmentos tóxicos ou microplásticos durante o processo de biodegradação.
Ignacio Parada, CEO e fundador da Bioelements, avalia que “as empresas têm muito o que fazer e é aqui que a inovação desempenha um papel fundamental para evitar a repetição das mesmas fórmulas falhas dos últimos 30 anos. Nós, com a ciência e a tecnologia, queremos encurtar a distância entre o problema e a solução.”
É por isso que, segundo Adriana, “as empresas que se adaptarem e oferecerem soluções inovadoras estarão na vanguarda da mudança”. Ela explica que, um passo crucial na busca por uma gestão de resíduos mais sustentável, em diversos setores, é “identificar e priorizar plásticos não-convencionais, como as formulações biodegradáveis da Bioelements, que se convertem em energia para microrganismos em até 20 meses. As empresas e indústrias têm a oportunidade de liderar iniciativas de sustentabilidade, atendendo a um desejo do consumidor e gerando um impacto global”.