A estudante de biomedicina que foi alvo de uma ação da Polícia Civil na manhã desta sexta-feira (20), em Campo Grande, comprou o ácido hialurônico, que aplicava em pacientes, pelas redes sociais, segundo a delegada da 2ª delegacia, Barbara Camargo. Mandados foram cumpridos na casa e na clínica da autora.
De acordo com a delegada, a autora fazia a aplicação de ácidos há pelo menos 1 ano. Barbara ainda disse que o lote comprado pela estudante de biomedicina ou estava adulterado, ou com defeito, mas todos os medicamentos passarão por perícia.
A polícia também vai tentar encontrar a pessoa que vendeu o lote de ácidos para a estudante de biomedicina, que confessou na delegacia que não tem formação superior. Barbara ainda disse que a autora fez quatro vítimas, sendo que duas mulheres registraram boletins de ocorrências.
O local onde a estudante atendia também será fiscalizado pela Anvisa, já que não tinha autorização para funcionar como clínica. A autora prestou depoimento e foi liberada indo embora sem falar com a imprensa. Ela teve a suspensão de suas atividades.
A estudante de biomedicina foi autuada por lesão corporal e exercício ilegal da profissão.
Vítimas
As três vítimas tiveram um grande inchaço, segundo a delegada. Uma das mulheres pagou R$ 350 pelo procedimento, já uma outra pagou R$ 500 e outra vítima fez o pagamento em forma de permuta, no valor de R$ 600. Serviços de unha e cílios seriam trocados com a estudante em troca do procedimento.
Todas as vítimas tiveram de tomar antialérgicos e fazer a aplicação de um antídoto para dissolver o ácido aplicado.
A delegada reforçou a importância de confirmar as qualificações do profissional que irá fazer o procedimento.
Golpe em clínica
A estudante de biomedicina, alvo de mandados nesta sexta-feira (20), pela Polícia Civil, já deu golpe em uma clínica de Campo Grande e foi indiciada por falsificação de documentos. O caso aconteceu em agosto de 2023.
Segundo a denúncia, em agosto do ano passado, a estudante de biomedicina comprou de uma empresa de venda de medicamentos para a área de estética e hospitais lotes de ácido hialurônico. A compra feita pela autora teria o valor de R$ 5.200.
Ela teria informado na época que faria o pagamento dividido em R$ 330 em forma de Pix e o restante com o uso do cartão de crédito, mas segundo a dona da empresa, a estudante que se apresentava como ‘doutora’ sempre dava desculpas para o pagamento não ser recebido pela empresa.
Ainda de acordo com a denúncia, a estudante de medicina falsificou o Pix feito para a empresa que recebeu um valor de R$ 0,01. Foi tentado contato com a autora, mas nunca era encontrada.
Em uma nova tentativa de compra, a estudante de biomedicina tentou usar documentos da mãe para adquirir os produtos, mas a farsa foi descoberta. Quando a polícia tentou encontrá-la, a autora havia mudado a clínica onde atendia as clientes.
Ela foi indiciada por documentos falsos.
Mandados de busca em clínica
Equipes da 2ª Delegacia de Polícia Civil e da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) cumpriram mandados na manhã desta sexta-feira (20), na casa e clínica da estudante de biomedicina que lesou pelo menos três mulheres em Campo Grande.
Na casa do estudante de biomedicina no bairro Los Angeles, os policiais encontraram várias seringas que foram apreendidas. Na clínica da autora, na Rua Antônio Maria Coelho, os policiais apreenderam lotes de ácidos, medicamentos e mais seringas. Para a polícia, a estudante de biomedicina disse que tinha notas de todo material apreendido pelos agentes.
Informações passadas para o Midiamax são de que a estudante de biomedicina atendia clientes em casa.