A safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar 298,0 milhões de toneladas de acordo com a estimativa de julho do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado hoje (13) pelo IBGE. Este resultado é 5,5% menor o que a safra obtida em 2023 (315,4 milhões de toneladas), ou 17.4 milhões de toneladas abaixo, e 0,7% superior (2,2 milhões de toneladas) do que a estimativa de junho.
A área a ser colhida foi de 78,6 milhões de hectares, aumento de 0,9% (727,2 mil hectares) frente a 2023; e acréscimo de 264.488 hectares (0,3%) em relação a junho. Em relação ao ano anterior, houve crescimentos nas áreas de arroz (4,9%), algodão (13,1%), feijão (6,0%) e soja (3,2%). O milho (-3,2%), o trigo (-11,2%) e o sorgo (-5,3%) apresentaram reduções.
O gerente do LSPA, Carlos Barradas, ressaltou que o principal motivo está relacionado aos preços na época do plantio. “No caso do arroz, a área de plantio vem sendo diminuída nos últimos anos, embora na safra 2024 ela tenha aumentado por conta do aumento no preço do cereal”. Além dos problemas climáticos, a queda na produção do milho explica-se por este cereal estar com “o preço depreciado, assim, os produtores plantaram menos milho e aumentaram a área do algodão”. A produção do algodão deve ser recorde da série histórica do IBGE.
Barradas ainda ressaltou que com relação à soja, houve problemas climáticos na safra de verão “principalmente na região Centro-Oeste, nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, além dos problemas de excesso de chuvas e inundações no Rio Grande do Sul que reduziram a safra da soja no estado”.
No que se refere à produção, ocorrem acréscimos de 10,8% para o algodão herbáceo (em caroço); de 1,9% para o arroz; de 7,1% para o feijão e de 22,7% para o trigo, bem como decréscimos de 4,3% para a soja, de 10,3% para o milho (reduções de 15,7% no milho de 1ª safra e de 8,9% no milho de 2ª safra) e de 10,9% para o sorgo.
A estimativa de produção da soja foi de 145,4 milhões de toneladas. Quanto ao milho, a estimativa foi de 117,6 milhões de toneladas (23,4 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 94,2 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). A produção do arroz foi estimada em 10,5 milhões de toneladas; a do trigo em 9,5 milhões de toneladas; a do algodão herbáceo (em caroço) em 8,6 milhões de toneladas; e a do sorgo, em 3,8 milhões de toneladas.
Variação no volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas nas grandes regiões em julho
Entre as grandes regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 144,5 milhões de toneladas (48,5%); Sul, 81,3 milhões de toneladas (27,3%); Sudeste, 27,2 milhões de toneladas (9,1%); Nordeste, 26,0 milhões de toneladas (8,7%) e Norte, 18,9 milhões de toneladas (6,4%).
A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou variação anual positiva para duas grandes regiões: Sul (1,9%) e Norte (12,4%). Houve variação anual negativa para as demais: Centro-Oeste (-10,3%), Sudeste (-11,3%) e Nordeste (-3,5%). Quanto à variação mensal, apresentaram crescimento Norte (2,3%), Centro-Oeste (2,9%) e Sudeste (0,1%). As demais apresentaram declínio: Nordeste (-0,2%) e Sul (-2,8%).
Mato Grosso lidera produção de grãos
Na distribuição da produção pelas unidades da Federação, o Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 30,6%, seguido pelo Paraná (13,2%), Rio Grande do Sul (11,9%), Goiás (10,5%), Mato Grosso do Sul (7,1%) e Minas Gerais (5,6%), que, somados, representaram 78,9% do total. Com relação às participações regionais, tem-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (48,5%), Sul (27,3%), Sudeste (9,1%), Nordeste (8,7%) e Norte (6,4%).
As principais variações absolutas positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram no Mato Grosso (4.564.478 t), em Roraima (213.091 t), no Tocantins (187.921 t), em Sergipe (72.026 t), em Rondônia (54.516 t), em Minas Gerais (30.603 t), na Bahia (9.650 t), no Maranhão (2.226 t) e no Amazonas (2.168 t). As variações negativas ocorreram no Rio Grande do Sul (-2.216.375 t), no Mato Grosso do Sul (-436.320 t), no Paraná (-150.900 t), na Paraíba (-69.378 t), no Ceará (-36.312 t), no Pará (-28.464 t), em Alagoas (-14.377 t), no Distrito Federal (-8.460 t), no Rio Grande do Norte (- 5.151 t), no Rio de Janeiro (-1.562 t), em Pernambuco (-1.024 t) e no Amapá (-35 t).