Equipes do Governo Federal visitam, na tarde deste sábado (21), a família do Neri da Silva, de 23 anos, ser morto a tiro pela polícia em disputa por terra em Antônio João.
Entre os servidores há membros do Ministério dos Povos Indígenas, do Desenvolvimento Agrário e Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas). Agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e Força Nacional realizam a segurança na área.
A reunião com os familiares do indígena foi privada. Inicialmente, a família relatava a versão dos acontecimentos no dia do confronto com o Choque.
Ainda nesta tarde, a comunidade espera uma reunião com o servidores federais para apresentar tópicos de atendimento, como a conciliação para moradia na terra de fronteira.
Conflito
Acontece que Neri foi assassinado dentro da Fazenda Barra, de propriedade da influente família Ruiz, e alvo de disputa. A área foi homologada como terra indígena em 2002. Mas teve os efeitos suspensos pelo STF (Supremo Tribunal Federal) pouco tempo depois.
A Terra Indígena Nhanderu Marangatu está totalmente cercada pelas forças policiais que escoltam a fazenda Barra. A movimentação de viaturas é intensa todos os dias e assusta aos indígenas, que vivenciam o luto da perda de um dos seus.
Após a morte do indígena Guarani Kaiowá Neri da Silva, de 23 anos, em confronto com a tropa de choque a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, a Justiça Federal manteve decisão que autoriza o “policiamento ostensivo”.
O juiz federal Cristiano Harasymowicz de Almeida justifica a decisão sob a prerrogativa de proteção à Fazenda Barra, sobreposta à Terra Indígena Nanderu Marangatu, em Antônio João.
Neri morreu durante o confronto que aconteceu na manhã desta quarta-feira (18).
Velório
Três dias após Neri da Silva, de 23 anos, ser morto a tiro pela polícia em disputa por terra em Antônio João, seus familiares sepultaram o corpo dentro da Terra Indígena Nhanderu Marangatu. Eles foram impedidos de sepultar o jovem no local da morte, como manda a tradição indígena.