Estudantes de Bangladesh foram às ruas nos últimos meses protestar contra uma lei de cotas no serviço público. Mais de 300 pessoas morreram em decorrência da repressão aos manifestantes. Nesta segunda-feira (5), a premiê do país Sheikh Hasina renunciou ao cargo e fugiu para a Índia.
As manifestações começaram em junho, depois de o Supremo Tribunal ter restabelecido um sistema de cotas para cargos públicos, anulando uma decisão de 2018 do governo da primeira-ministra Sheikh Hasina de o eliminar.
O governo recorreu do veredito e o Supremo Tribunal do Bangladesh suspendeu a ordem anterior, fixando a data de 7 de agosto para ouvir a contestação do governo.
Os manifestantes exigem que o Estado deixe de reservar 30% dos empregos públicos para as famílias das pessoas que lutaram na guerra de independência do país em 1971 que, até então, estava sob o comando do Paquistão.
Embora os protestos tenham sido desencadeados pela raiva dos estudantes contra o controverso sistema de quotas, alguns analistas afirmaram que as difíceis condições econômicas, incluindo a inflação elevada, o aumento do desemprego e o esgotamento das reservas cambiais, forneceram lenha à fogueira.
Os protestos são o primeiro desafio ao governo de Hasina desde que ela conquistou o quarto mandato consecutivo em janeiro, em eleições boicotadas pela principal oposição. Ela condenou a perda de vidas e pediu paciência até que o Supremo Tribunal emita o seu veredito.