Preocupada com a qualidade do ar em Campo Grande, a Sesau alerta a população sobre cuidados com a saúde para as próximas semanas
Com o calor extremo e a umidade relativa do ar abaixo de 12%, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) emitiu um alerta nesta quinta-feira (5) sobre os perigos e cuidados com a saúde durante este período difícil, em que os campo-grandenses estão enfrentando registros extremos de temperatura.
De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), a umidade do ar ideal para a saúde humana deve estar entre 50% e 60%. Por isso, quando o índice fica abaixo de 21% a 30%, é decretado estado de atenção. Quando fica abaixo de 12%, é considerado alerta vermelho, e a população precisa redobrar os cuidados.
Preocupada com a possibilidade de que muitos campo-grandenses possam enfrentar problemas de saúde nos próximos dias, a Sesau alerta a população sobre a necessidade de cuidados com sintomas como tosse seca, dificuldade para respirar, cansaço, dor e ardência nos olhos, nariz e garganta, rouquidão, dor de cabeça, lacrimejamento e vermelhidão nos olhos.
De acordo com o diretor-geral do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), Dr. Paulo Eduardo Limberger, durante esses dias secos, a população deve tomar cuidados específicos para evitar problemas respiratórios devido à fumaça e deve procurar unidades de saúde em caso de necessidade.
“Além do risco de queimadas, que libera fumaça prejudicial ao sistema respiratório, o ar seco, por si só, pode provocar efeitos adversos na saúde”, disse.
O Dr. Limberger explica que pessoas com problemas respiratórios, como asma, bronquite e alergias, podem ver seus sintomas agravados.
“O ressecamento das mucosas facilita infecções oportunistas, como resfriados e gripes”.
Ainda segundo o Dr. Limberger, o ressecamento da pele é outro problema que pode levar os campo-grandenses a procurar os postos de saúde.
“O calor e a baixa umidade causam ressecamento da pele e dos lábios, resultando em pruridos, rachaduras e dermatites. O desconforto é comum e pode levar ao aparecimento de lesões”, explica Dr. Paulo reforçando a importância do uso de protetores solar e hidratantes.
A gerente do Vigidesastres (Programa de Vigilância em Saúde Ambiental Associada aos Desastres) da SES, Paula Therezo Cannazzaro Barros, pede à população que tome atenção e cuidados para evitar a exposição ao sol e ao ar, que desde domingo está poluído devido aos incêndios florestais que vêm devastando a Amazônia e o Pantanal.
Por isso, ela pede atenção especial a idosos e pessoas com comorbidades para sinais de desidratação, como boca seca, urina concentrada e suor excessivo. Além disso, os animais também devem ser mantidos em locais com sombra e boa circulação de ar.
“É fundamental que a população tenha consciência dos impactos causados na saúde nesse período e siga as orientações dos órgãos de saúde e médicos, especialmente sobre a exposição solar, prática de exercícios físicos nos horários mais quentes, hidratação e os cuidados redobrados com crianças e idosos, que são mais vulneráveis”, aconselha.
Dicas de Prevenção e Cuidados
Para minimizar os efeitos adversos do calor e da seca, confira as orientações do médico:
- Hidrate-se constantemente: Beber água regularmente é essencial, principalmente para crianças e idosos que podem não perceber a necessidade de se hidratar. Ofereça líquidos diversas vezes ao dia e monitore o estado de hidratação.
- Evite atividades físicas nos horários mais quentes: Praticar exercícios ao ar livre deve ser evitado entre 10h e 16h, quando as temperaturas e a radiação solar estão mais elevadas.
- Cuide da pele e lábios: Use hidratantes ricos em emolientes logo após o banho e durante o dia. Para os lábios, um protetor labial ajuda a prevenir rachaduras e desconforto.
- Proteja os olhos: O uso de lágrimas artificiais pode aliviar a irritação ocular em ambientes secos.
- Evite banhos quentes e longos: Prefira banhos curtos e frios para não remover a oleosidade natural da pele, que ajuda na proteção contra o ressecamento.
- Umidifique os ambientes: Utilize umidificadores de ar para manter a umidade em níveis confortáveis (entre 40% e 60%). Essa prática alivia o ressecamento das vias respiratórias e da pele.
- Ventile os ambientes: Embora a umidificação seja importante, garantir a circulação de ar fresco evita o acúmulo de alérgenos e melhora a qualidade do ar interno.
- Soluções salinas nasais: O uso de soro fisiológico nas narinas ajuda a manter as vias respiratórias umedecidas, prevenindo irritações.
- Cuidados com grupos vulneráveis: Crianças e idosos devem ser monitorados e estimulados quanto à hidratação e ao conforto em ambientes secos.
Essas medidas ajudam a mitigar os efeitos adversos do calor extremo e da baixa umidade, protegendo a saúde da população de Mato Grosso do Sul durante esse período crítico.