O empresário, de 60 anos, preso durante a ‘Operação Prometeu’ deflagrada pela PF (Polícia Federal) na região de Corumbá, foi liberado após pagar fiança de R$ 7 mil, nesta sexta-feira (20).
A operação investiga crimes de incêndio, desmatamento, exploração ilegal de terras da União, entre outros. Durante a manhã, os agentes da PF fizeram um sobrevoo sobre a área queimada e identificaram danos de mais de R$ 220 milhões na exploração.
O empresário foi preso em casa no bairro Universitário com uma carabina de calibre .357 na sala, cinco munições e outras 14 em uma embalagem plástica. Na gaveta de uma estante também foram encontradas duas munições de calibre 12, segundo o registro policial.
Durante interrogatório na delegacia, ele confessou que a arma e as munições foram emprestadas por um amigo para levá-la até a fazenda. Porém, achou melhor não levar a carabina para a propriedade e alegou que depois iria devolvê-la ao amigo.
O empresário ainda alegou aos policiais que está realizando um pedido para ter uma arma longa na área rural para proteger tanto ele, quanto o local.
Após sua prisão, foi arbitrada fiança no valor de R$ 7.060, que equivale a cinco salários mínimos. O valor foi pago e o empresário liberado.
Operação Prometeu
Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal de Corumbá, em conjunto com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e a Iagro (Departamento de Inspeção e Defesa Agropecuária de Mato Grosso do Sul).
Durante as investigações dos incêndios ocorridos neste ano, os dados coletados revelaram que a área queimada é alvo reiterado deste tipo de crime ambiental, e posteriormente alvo também de grilagem das áreas com a realização de fraudes junto aos órgãos governamentais.
A ocupação irregular de área, que já totaliza 6.419,72 hectares, vem sendo utilizada para exploração econômica por meio da pecuária. Buscas realizadas na região apontam para a existência de pelo menos 2.100 cabeças de gado na área da União, mas estima-se a criação de mais de 7.200 animais em todo período investigado.
A operação policial foi batizada com o nome Prometeu, pela histórica má utilização do fogo nas pastagens do bioma pantanal pelo homem, como incentivo à pecuária e avanço sobre o Pantanal.
‘Prometeu’ faz alusão ao personagem da mitologia grega que é visto como uma divindade que roubou o fogo dos deuses gregos e entregou à humanidade fazendo mau uso deste, e por isso foi castigado por Zeus.