Uma empresa responsável pela manutenção dos trilhos da Rumo Malha Oeste foi multada em R$57 milhões após uma faísca causar um incêndio que devastou 17,8 mil hectares de mata fechada, próximo ao município de Corumbá, a 427 quilômetros de Campo Grande.
O incêndio, que começou no dia 16 de agosto, levou seis dias para ser totalmente controlado.
“Estamos em condições de baixa umidade, de muita seca e vento forte. Tinha vegetação seca ao redor da linha, porque a Rumo não estava fazendo a limpeza adequada. Qualquer faísca poderia causar um incêndio, que foi o que aconteceu”, explica Ana Cacilda Rezende Reis, analista ambiental do Ibama.
De acordo com informações do Ibama, a empresa tinha autorização para realizar a manutenção dos trilhos, mas precisava cumprir uma série de requisitos para realizar o serviço com segurança, incluindo a limpeza da vegetação ao redor e a manutenção dos equipamentos usados para o controle do fogo.
Segundo a fiscalização, nenhum desses requisitos foi cumprido, o que levou à multa de R$57 milhões aplicada à empresa Rumo Malha Oeste.
Polícia Federal investiga incêndios no Pantanal
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse, no último domingo (25) que há mais de 20 inquéritos abertos pela Polícia Federal para investigar incêndios no Pantanal. A informação foi repassada em coletiva de imprensa, na sede do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), em Brasília.
Segundo a ministra, a força-tarefa do governo federal trabalha com informações de satélite para apurar as origens e causas das chamas nos mais diferentes biomas, com equopamentos capazes de “retroceder e encontrar a origem do fogo”.
“Temos 31 inquéritos em andamento, começamos no Mato Grosso, com três, e estamos em mais de 20 no Pantanal, e isso vai ampliando. A operação vai em processo de aspiral, quando mais informação se tem, você alimenta o sistema e vai chegando na rede que faz a propagação do incêndio. Se é doloso ou culposo, a investigação que vai trazer”, afirmou a ministra.
As investigações são de responsabilidade da Polícia Federal.
O Pantanal é o bioma onde há mais investigações em andamento. Segundo a ministra, no total, são 31 inquéritos que apuram incêndios, sendo os 20 no Pantanal, dois em São Paulo e os demais na Amazônia.
Em visita ao Pantanal sul-mato-grossense no mês de junho, a ministra já havia afirmado que a maioria dos incêndios registrados no bioma ocorrem por ação humana, seja por ateamento criminoso ou por alguma ação culposa que sai do controle.
Conforme noticiou o Correio do Estado, até a última quinta-feira (22), mais de 13% do Pantanal foi atingido pelos incêndios florestais, o que equivale a mais de 2,03 milhões de hectares queimados. O avanço da devastação do fogo atingiu um nível intenso neste mês. No prazo de 20 dias, entre os dias 2 e 22, os números que mostram a evolução do fogo também indicam um aumento de área queimada de 107%.
No sábado (24), chuvas atingiram a região e ajudaram a apagar alguns focos de incêndio, mas os bombeiros seguem mobilizados no combate. Equipes do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul foram enviados ao Estado para ajudar e iniciam o trabalho neste domingo.
Isto porque, mesmo com a chuva e queda nas temperaturas, a previsão indica mais calor e baixa umidade ao longo da próxima semana, com tendência de que a situação de incêndios no Pantanal continue crítica até setembro.