O avanço das queimadas e aceleração do desmatamento no Pantanal estão no foco das ações do poder público, que tenta evitar catástrofe ambiental como a enfrentada pelo bioma em 2020.
Nesta quarta-feira (5) o Governo Federal, em conjunto com Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, assinou pacto federativo para o combate aos incêndios no Pantanal e na Amazônia e revelou diminuição no desmatamento no Pantanal.
Durante o evento realizado nesta manhã no Palácio do Planalto, em Brasília, a Ministra Marina Silva ressaltou uma série de medidas que serão tomadas para frear o desmatamento e preservar os biomas.
Entre as medidas está a recuperação institucional dos órgãos de preservação ligados ao Governo Federal. A ministra também ressaltou que serão destinados R$ 14,7 bilhões para ações voltadas à preservação ambiental.
Segundo dados apresentados pela ministra, entre agosto de 2022 e julho de 2023, houve uma redução de 9,2% no desmatamento no Pantanal. O número diverge de pesquisa do MapBiomas, que consolidou dados de desmatamento no país em todo 2023.
Governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB) participou da assinatura do pacto.
Pacto federativo quer proteger Pantanal e Amazônia
O pacto entre os governos federal e estaduais sobre o Pantanal e a Amazônia prevê planejamento e implementação de ações colaborativas e integradas de prevenção, preparação e combate aos incêndios florestais e nas demais formas de vegetação nativa nos dois biomas.
O decreto relacionado aos manguezais institui o programa ProManguezal, com o objetivo de orientar os esforços da gestão federal na conservação, recuperação e uso sustentável da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos associados aos manguezais.
De acordo com a pasta, ao menos 500 mil famílias no país dependem diretamente de recursos dessas áreas para sobreviver.
A apresentação na íntegra dos dados pode ser conferida abaixo:
Mapbiomas mostra avanço do desmatamento
Apesar dos dados apresentados pelo ministério, por outro lado, o MapBiomas revela avanço do desmatamento. Em números consolidados de 2023, o bioma teve a maior área média desmatada (158,2 hectares), com aumento de 35,9% em relação a 2022.
Os dados são do Relatório Anual do Desmatamento no Brasil, produzido pelo MapBiomas, e que traz outros dados alarmantes. Em 2023, o desmatamento do Pantanal cresceu 2,7%, chegando 49.673 hectares. Além disso, a agropecuária é responsável por 97% de perda de vegetação nativa nas áreas desmatadas.
E Mato Grosso do Sul tem peso considerável nesses dados de desmatamento. O município de Corumbá abriga 50% dos desmatamentos do Pantanal, sendo o 5º no ranking dos que mais desmataram em 2023.