Mato Grosso do Sul enfrenta uma das mais severas estiagens dos últimos anos. Em 13 cidades do Estado, não chove de forma significativa há mais de três meses, agravando uma situação já crítica devido à onda de calor, que fez as temperaturas ultrapassarem os 40°C em grande parte do Estado.
Os dados do mapeamento via satélite do Cemaden (Centro Nacional de Desastres Naturais), consideram as chuvas registradas até o dia 22 de setembro e revelam a situação de mais de 5 mil municípios brasileiros. Desses1.188 localidades enfrentam um período de seca de, no mínimo, 90 dias. Outros 600 estão sem chuvas há mais de quatro meses (133 dias).
Em Mato Grosso do Sul a situação mais critica ocorre em Coxim, que há 139 dias não registra chuvas significativas. Na sequencia aparece Chapadão do Sul (137), Rio Verde de Mato Grosso (134), Cassilândia (133), Paraíso das Águas (130), Paranaíba (129), Pedro Gomes (129), Sonora (126), Figueirão (121), Costa Rica (119), Alcinópolis (117), São Gabriel do Oeste (112) e Camapuã (102). Contudo, vale destacar que nesse período houve o registro de precipitações de chuva.
Entre os fatores que contribuíram para a prolongada estiagem está o El Niño, fenômeno associado ao aquecimento anômalo das águas do oceano Pacífico, que favorece a ocorrência de um clima mais quente e seco. Conforme o Cemaden, a situação agravou pelos bloqueios atmosféricos e pelo aquecimento do Atlântico Tropical Norte, cujas temperaturas têm se mantido acima da média.
Estudo indica déficit de chuvas em todo MS
De janeiro a agosto deste ano, 15 cidades monitoradas pelo Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e Clima de Mato Grosso do Sul) apresentaram um déficit de chuvas em relação à média histórica para o período.
Ponta Porã registrou o maior déficit: enquanto a média histórica é de 987,5 milímetros, o total acumulado em 2024 foi de apenas 407,2 mm, resultando em um déficit de -580,3 mm. Já em Campo Grande, onde a média histórica é de 880,6 milímetros, foram observados apenas 418,6 mm, o que representa um déficit de 462 mm.
Os municípios que também apresentaram déficits superiores a 300 milímetros incluem: Jardim (-418,2 mm), Amambai (-416,8 mm), Caarapó (-372,8 mm), Coxim (-335,1 mm) e Dourados (-302,6 mm).
Por outro lado, as cidades com déficits menores, abaixo de 300 milímetros e mais próximos das médias históricas, são: Bonito (-299,4 mm), Água Clara (-283,4 mm), Bataguassu (-188,5 mm), Itaquirai (-264,8 mm), Corumbá (-133,2 mm), Cassilândia (-130,6 mm) e Três Lagoas (-130,2 mm).
Onda de calor
Além da estiagem, as altas temperaturas seguem castigando as cidades de Mato Grosso do Sul. Na tarde de quarta-feira (25), a cidade de Água Clara, na região Leste do Estado, registrou uma temperatura máxima de 43,1°C, e bateu o recorde de temperatura mais alta do país no dia. Esta é a segunda vez nesta semana que Mato Grosso do Sul atinge o pico de calor em nível nacional, na segunda-feira (23) a cidade de Aquidauana registrou 42,8°C.
Somente nas últimas 24 horas Mato Grosso do Sul registrou três das cinco maiores temperaturas do Brasil. Em Três Lagoas o calor chegou a 42,7 °C, segundo maior pico país. Na sequência aparece Valparaiso em São Paulo (42,0 °C), Nhumirim no Pantanal (41,9°C), Rondonópolis em MT (41,8°C), e Cuiabá (41,7 °C).
Como se proteger?
- Beba bastante líquido para manter o corpo hidratado, mesmo se não estiver com sede.
- Evite atividades físicas extenuantes durante as horas mais secas e quentes.
- Minimize a exposição direta ao sol durante os horários de maior calor.
- Lave as mãos regularmente e evite tocá-las no rosto.
- Opte por frutas com alto teor de líquidos, como melancia, melão e laranja.
- Use soro fisiológico nos olhos e nariz para evitar o ressecamento.
- Hidrate a pele do rosto e do corpo, especialmente após o banho e antes de dormir.
- Utilize chapéus e óculos de sol para se proteger dos raios solares.
É importante redobrar a atenção com crianças e idosos, que são mais vulneráveis a problemas de saúde nesse período. A hidratação é especialmente crucial para eles. Com temperaturas tão elevadas, os riscos se agravam para aqueles que possuem maior fragilidade física, como os idosos.
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