O presidente chinês, Xi Jinping, reuniu-se com o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, em Pequim nesta sexta-feira (7). Xi destacou que a China e o Brasil são bons amigos que compartilham a mesma visão e bons parceiros que avançam de mãos dadas.
Observando que ele e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alcançaram um consenso importante sobre a abertura de novas perspectivas para as relações China-Brasil na nova era em abril do ano passado, Xi disse que os dois lados, com esforços concertados no ano passado, aprofundaram confiança mútua estratégica, cooperação prática avançada e estreitamente coordenada em ocasiões internacionais, o que não só promoveu o seu respectivo desenvolvimento, mas também salvaguardou eficazmente os interesses comuns dos países em desenvolvimento.
Enfatizando que o mundo está passando por mudanças profundas sem precedentes em um século, Xi disse que a China e o Brasil compartilham amplos interesses estratégicos como grandes países em desenvolvimento e importantes mercados emergentes, acrescentando que as suas relações vão muito além do âmbito bilateral e são de importância exemplar para promover a solidariedade e a cooperação entre os países em desenvolvimento, bem como a paz e a estabilidade mundiais.
As duas partes devem compreender a natureza estratégica das suas relações bilaterais, reforçar a natureza mutuamente benéfica das relações, destacar a abrangência das relações e continuar a realizar uma coordenação estratégica mais estreita, de modo a acrescentar novas dimensões à amizade China-Brasil, Xi disse.
A China está pronta para trabalhar com o Brasil com espírito pioneiro, fazer planos estratégicos para as relações bilaterais com uma visão mais voltada para o futuro, definir claramente o objetivo de longo prazo de construir uma comunidade China-Brasil de futuro compartilhado, desempenhar plenamente o papel do Comitê de Coordenação e Cooperação de Alto Nível China-Brasil, consolidar a cooperação em áreas tradicionais, expandir a cooperação em áreas emergentes, como economia verde, economia digital e inovação, e fortalecer a sinergia da Iniciativa Cinturão e Rota com o programa Nova Indústria Brasil, a Rota de Integração Latino-Americana (RILA) e outras estratégias de desenvolvimento, acrescentou o presidente chinês.
A China aproveitará a oportunidade de comemorar o 50º aniversário de seus laços diplomáticos com o Brasil para fortalecer de forma abrangente os intercâmbios e a cooperação entre os legislativos, partidos políticos, localidades, cultura, educação, turismo, juventude e outras áreas dos dois países, de modo a reunir mais forças amigas e fornecer um apoio mais forte à cooperação China-Brasil, disse Xi.
A China apoia o Brasil no desempenho de um papel mais importante no cenário internacional, apoia o Brasil na organização da Cúpula dos Líderes do G20 deste ano e está pronta para manter uma comunicação estreita com o Brasil e outros membros da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) para impulsionar para um maior desenvolvimento das relações China-América Latina na nova era, disse Xi.
Alckmin transmitiu as cordiais saudações do presidente Lula a Xi e disse que a sétima reunião do Comitê de Coordenação e Cooperação de Alto Nível China-Brasil (COSBAN), copresidida por Alckmin e pelo vice-presidente chinês Han Zheng, em Pequim, na quinta-feira (6), rendeu resultados positivos.
Descrevendo o sucesso da China em tirar centenas de milhões de pessoas da pobreza como um milagre, Alckmin disse que a experiência poderia fornecer lições importantes para o Brasil.
Ressaltando que o governo brasileiro está comprometido com o crescimento inclusivo e sustentável, Alckmin disse que Brasil está disposto a aumentar a sinergia das estratégias de desenvolvimento com a China, acolher mais empresas chinesas para investir no Brasil e fortalecer a cooperação na construção de infraestrutura, agricultura, mineração, novos veículos energéticos, alterações climáticas e outros domínios.
Tanto o Brasil como a China estão empenhados em defender o multilateralismo e o comércio livre, partilham os mesmos pontos de vista sobre muitas questões importantes e desfrutam de um enorme potencial e amplas perspectivas de cooperação, acrescentou.
O Brasil está disposto a tomar o 50º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas como um novo ponto de partida e trabalhar com a China para melhorar a coordenação estratégica bilateral e multilateral, elevar as relações bilaterais a um novo patamar e contribuir para a construção de um mundo mais pacífico, justo e sustentável, disse Alckmin.