A paralisação de 70% dos policiais civis em todo o Estado na manhã desta quinta-feira (19), não provocou tumultos ou filas nas delegacias de Campo Grande. O Jornal Midiamax visitou as duas Depacs (Delegacias de Pronto Atendimento Comunitário) da Capital – Centro e Cepol – para apurar o impacto da interrupção dos registros de BOs (Boletins de Ocorrência).
Na Cepol, a equipe policial na recepção explicou que apesar suspensão dos registros corriqueiros nesta quinta-feira, o movimento foi tranquilo na unidade. Policiais de plantão seguem a rotina normalmente para o registro de possíveis ocorrências de urgência ou flagrantes.
“Em caso de crimes ou ocorrências de urgência, a equipe de plantão segue aqui. Já os cidadãos que não ficaram sabendo do ato, pedimos a eles para voltarem amanhã”, disse.
Os agentes também descartaram qualquer tumulto ou problemas entre denunciantes causados pela indisponibilidade do registro. “O movimento está normal, recebemos uma média de 50 pessoas diariamente aqui. Elas continuaram chegando, mas nós informamos sobre a causa e elas foram embora”, enfatizaram.
Na Depac Centro, a equipe de reportagem conversou com o presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Alexandre Barbosa. Posicionado na porta de entrada da unidade, ele destaca que a mesma situação de normalidade e ordem ocorre na unidade, apesar de uma grande procura da população desavisada.
“Até o meio da tarde pelo menos 40 pessoas estiveram aqui para tentar o registro (do BO). Esta é uma delegacia que está sempre cheia. Para casos de flagrante nós não podemos recusar o registro, mas para casos corriqueiros e atendimentos, explicamos a situação e as nossas reivindicações”, disse.
“As pessoas nos apoiaram. A grande maioria da população está do nosso lado e apoia a nossa luta”, complementou Barbosa.
Paralisação atinge 70% dos policiais civis e delegacias não devem registrar BOs até a manhã desta sexta-feira
Com a paralisação dos policiais civis em Mato Grosso do Sul, apenas serviços essenciais vão funcionar nas delegacias do Estado, no período de 24 horas. Cerca de 1.200 agentes estão paralisados. Em Campo Grande, a manifestação ocorre na frente da Depac Centro.
Desta forma, apenas casos de flagrantes, medidas protetivas e local com vítima receberão atendimento. Já o registro de boletins de ocorrência e atendimento ao público não vão funcionar.
Ainda de acordo com o presidente do Sinpol, Alexandre Barbosa, o Governo havia feito um acordo para elevar o salário dos policiais para o 6º lugar no país. No entanto, não cumpriu com o acordo.
“O acordo era aumento de 30% parcelado em 3 anos, mas isso não se concretizou”, disse Alexandre. O presidente do sindicato ainda falou que o Governo disse que incorporaria o auxílio-alimentação de R$ 400 ao salário, mas não ocorreu.
Esse acordo deveria entrar em vigor em agosto deste ano. Ainda segundo Alexandre, nesta quarta-feira (18) o Governo enviou outra proposta de incorporação do auxílio-alimentação e para as classes iniciais o valor de R$ 130.
Mas, a categoria só irá analisar a proposta no sábado (21). No Estado são cerca de 1.600 policiais civis na ativa. A paralisação deve durar até às 8 horas de sexta-feira (20).