Primeira pesquisa do Censo Imobiliário, divulgado pelo Sinduscon (Sindicato Intermunicipal das Indústrias da Construção Civil de Mato Grosso do Sul) nesta sexta-feira (13), mostra que no 2º trimestre de 2024, Campo Grande tem mais procura por moradias novas do que a oferta atual pode oferecer.
Na avaliação dos responsáveis pela pesquisa, isso é reflexo de um alto crescimento do mercado imobiliário em Campo Grande, bem como da dificuldade em suprir a mão de obra necessária.
Conforme os dados, no 2º trimestre deste ano, houve uma oferta de 13,5 mil novos imóveis, restando 1,8 mil disponíveis. Ou seja, 86,6% dos imóveis foram vendidos. Do total da oferta, 8 mil são residências verticais e 5,4 mil são moradias horizontais, enquanto apenas 29 são de imóveis comerciais verticais.
Segundo um dos especialistas responsável pela pesquisa, fundador da Brain Inteligência Estratégica, Marcos Kahtalian, o número restante, que representa 13,4% da oferta disponível, é muito baixo em termos de mercado, considerando que o padrão é existir um leque maior de possibilidades para o consumidor escolher.
Já o vice-presidente do Sinduscon-MS, Kleber Luiz Recalde, pontuou, que as vendas ocorrem de forma muito rápida. “Nós temos uma movimentação financeira já em andamento bastante intensa para o tamanho da nossa cidade. Eu vejo o seguinte, que a velocidade de venda tem sido muito acima da média nacional”, disse.
Os dados da pesquisa foram apresentados pelo economista chefe do Secovi-SP e coordenador do Projeto de indicadores imobiliários nacionais da Cbic, Celso Petrucci.
Campo-grandenses compraram mais imóveis de médio e alto padrão
Conforme os dados levantados, no trimestre da pesquisa, a população de Campo Grande adquiriu mais imóveis classificados como “standard”, que custa entre R$ 350 mil e R$ 700 mil.
Esses também foram a maioria dos imóveis disponibilizados para venda. Do total de 3.126 empreendimentos disponibilizados, 89% foram vendidos.
Também foram bem vendidos os imóveis de alto e médio padrão. Os de médio padrão custam entre R$ 700 mil e R$ 1 milhão, e 80% das unidades foram vendidas. Os de alto padrão custam entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão e 76% das unidades foram vendidas.
Já entre os imóveis classificados como econômicos, que custam até R$ 350 mil, 70,4% foram vendidos. Nesse caso, a oferta foi de 645 unidadses.
Verticalização da cidade
Essa tendência é reflexo de alguns fatores econômicos e sociais. A exemplo, conforme explicado por Marcos Kahtalian, existe uma necessidade de centralizar as moradias em locais próximos aos trabalhos das pessoas. “Se tomarmos o exemplo de São Paulo, vemos que há pessoas morando no lado oposto ao trabalho e precisam atravessar a cidade. O ideal é termos mais condições de centralizar a cidade”, disse.
Outro fator destacado é a tendência natural de crescimento da cidade, havendo, consequentemente, essa verticalização. “Há uma tendência natural com o crescimento da cidade, que ela se verticalize ou se adense, até por uma questão de sustentabilidade da propriedade”, explicou Kleber Luiz Recalde.
Segundo Kleber, quando se amplia a cidade de forma horizontal, requer uma infraestrutura muito maior para atender o número de pessoas.
Objetivo da pesquisa
Em linhas gerais, o sindicato apresentou os dados atualizados do mercado imobiliário de Campo Grande, com informações sobre os lançamentos e vendas, avaliação do mercado residencial, ofertas de estoque de incorporadoras e programas habitacionais.
Esse primeiro estudo do mercado imobiliário da capital sul mato-grossense objetiva realizar um perfil censitário do mercado imobiliário na cidade, bem como iniciar o monitoramento contínuo dos indicadores, inserindo os dados de Campo Grande nos indicadores imobiliários nacionais.
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