Nesta quarta-feira (18), o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) e o Ministério das Mulheres divulgaram o 2º Relatório de Transparência Salarial. Os dados correspondentes ao segundo semestre de 2024, no entanto, não surpreenderam: homens continuam ganhando mais do que as mulheres em Mato Grosso do Sul. O 1º relatório, divulgado em março de 2024também apresentou diferenças salariais significativas.
Conforme o documento, 615 estabelecimentos do estado foram consultados. Todos eles têm 100 ou mais empregados.
A partir deste levantamento, foi constatado que homens não negros correspondem a 56.423 vínculos empregatícios e homens negros, 80.306. Entre estes dois grupos, a diferença salarial média é de R$ 700,86 a mais para homens não negros.
O relatório aponta também que 39.697 vínculos empregatícios correspondem às mulheres negras e 36.006, às mulheres não negras. A diferença salarial entre os dois grupos é de R$ 689,24.
Ou seja, se somamos todos os dados, os homens – de ambos os grupos – representam 134.878 vínculos empregatícios em Mato Grosso do Sul, enquanto as mulheres representam 77.554 – uma diferença de 57.324 contratações.
Entre os salários, a diferença média de remuneração também é significativa. Enquanto os homens recebem R$ 3.692,81, as mulheres ganham R$ 2.691,86, uma diferença de R$ 1.000,95.
Critérios
Conforme o relatório, dos estabelecimentos com 100 empregados ou mais, 77,3% indicaram o cumprimento de metas de produção como critério dessa remuneração. Nesta categoria, Mato Grosso do Sul ocupa o primeiro lugar.
Outros levantamentos importantes são apresentados na pesquisa. Em Mato Grosso do Sul, apenas 30,5% das empresas têm uma política de incentivo à contratação de mulheres. Este número é bem menor quando observadas as políticas de incentivo à contratação de mulheres com deficiência (24,2%), mulheres negras (23,4%) e mulheres LGBTQIAP+ (18,8).
Já em relação às políticas de incentivo à contratação de mulheres indígenas, Mato Grosso do Sul ocupa o 4º lugar, com 10,7%. O estado fica atrás, apenas, do Espírito Santo (14,3%), Minas Gerais (11,8%) e Amazonas (10,9%). Isso, no entanto, não significa que aqui essas mulheres são mais assistidas, apenas que empresas de outros estados se esforçam menos para melhorar o cenário de empregabilidade de mulheres indígenas.
Das empresas com políticas de incentivo à contratação de mulheres chefes de família, Mato Grosso do Sul ocupa o último lugar no ranking, com 14,8%. O estado também não ocupa um excelente lugar no ranking de empresas com política de auxílio-creche. Apenas 16,1% das empresas se empenham nisso.
Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens
- Acesso e ampliação da participação das mulheres no mundo do trabalho, com 36 ações de enfrentamento às barreiras que impedem as mulheres de acessar o mundo do trabalho em condições de plena igualdade;
- Permanência das mulheres nas atividades laborais, com 19 ações para reduzir os obstáculos à permanência das mulheres e promover políticas de compartilhamento das responsabilidades familiares; e
- Ascensão e valorização profissional das mulheres no mundo do trabalho, com 24 ações que visam estimular e criar oportunidades para mulheres jovens acessarem carreiras vinculadas às ciências exatas.
O acompanhamento do Plano será realizado por meio de um Comitê Gestor composto pelo Ministério das Mulheres e Ministério do Trabalho e Emprego (co-coordenadores), Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Ministério da Igualdade Racial e Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
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