No último domingo (25), Maria Aparecida Viana, de 26 anos, mãe da pequena Sophie Emanuelle Viana, de apenas 5 anos, passou por um grande susto, com um final trágico: A morte da menina, que de acordo com relato da mãe, faleceu na quinta-feira (29), por negligência médica e falta de atendimento adequado.
Para a reportagem, Maria contou que no domingo (25), estava sentada na frente de casa com a família, como era de costume todos os fins de semana, mas naquele dia, um incidente aconteceu. Enquanto brincava com uma amiguinha dentro de casa, Sophie correu onde a mãe estava para pedir para comer uma paçoca que viu na cozinha, mas ao empurrar o portão para falar com a mãe, o portão caiu em cima dela, que teve a cabeça cortada e foi socorrida imediatamente pela mãe e pela tia, Vailza Viana, que a levaram para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), do bairro Vila Almeida.
Conforme o relato da mãe, na unidade de saúde, o atendimento foi rápido devido ao histórico de Sophie, que já tinha passado por uma cirurgia no coração, devido a uma cardiopatia descoberta aos 6 meses de vida. Ainda na UPA, o corte que estava na cabeça de Sophie foi suturado, e foi solicitada vaga na Santa Casa de Campo Grande, que foi concedida e a criança foi transferida em menos de 30 minutos.
Para o Correio do Estado, Maria Aparecida contou que a filha deu entrada na Santa Casa por volta das 22h30 de domingo, quando foi feito o Raio-X da cabeça, e segundo o médico que estava no plantão, não havia nenhuma lesão grave, e que logo a menina seria liberada, e assim aconteceu. Por volta da 1h30 da segunda-feira (26), uma médica receitou Ibuprofeno, Cefalexina e Dipirona para a criança e a liberou, alegando não haver necessidade de uma tomografia.
Com a criança de alta, a mãe chamou a tia para buscá-la no hospital, e foram para a casa iniciar a medicação, acreditando já estar tudo bem, mas diferente do que se imaginava, foi a partir daí que a situação ficou ainda pior, resultando na morte de Sophie. “Quando eu cheguei em casa, eu dei o Ibuprofeno pra ela, e logo em seguida, ela vomitou e começou a vomitar sem parar e estava com muita febre. Então minha irmã falou pra gente voltar urgente pra Santa Casa, porque senão ela ia convulsionar, sendo que já tava com 40º de febre, e nós voltamos”, disse.
Ainda conforme Maria, chegando lá, o médico plantonista solicitou uma tomografia de urgência, e quando saiu o resultado, afirmou que Sophie tinha fraturado a cabeça e que estava com um sangramento interno, mas que não era nada demais. Entretanto, ela ficou internada em observação, mas só saiu quando teve uma parada cardíaca e não resistiu.
“Nessa observação ela começou a inchar absurdamente, o rosto dela, os olhos dela não abriam ela inchou demais, inchou o pescoço, e mesmo assim mandaram ela pra enfermaria, dizendo que ela tava bem e a todo momento eu questionava os enfermeiros, as médicas, que ela não tava bem, ela tava inchando demais, e as médicas falavam para mim que aquele inchaço era normal”, contou a mãe aos prantos.
Foram três dias de internação, desde segunda-feira (26), quando no quarto dia, na quinta-feira (29), Sophie já estava puxando os cabelos da própria cabeça de tanta dor, não falava mais, estava sendo medicada com dipirona, com a cabeça extremante inchada e com líquido e sangue saindo do ferimento na cabeça. “Eu sequei as lágrimas dela porque ela chorava de dor e eles nem ligaram”, disse a mãe que já não conseguiu mais falar sobre o caso.
No dia 29 de maio de 2025, às 19h15, Sophie teve uma parada cardíaca, foi reanimada por cerca de 17 minutos, mas teve outra parada logo na sequência, a qual não resistiu e veio a falecer. A pequena foi velada no dia seguinte, e sepultada no sábado, 31 de maio.
De acordo com a tia de Sophie, Vailza Viana, que esteve acompanhando a irmã durante todo o processo de socorro, diferente do que está sendo divulgado, a Santa Casa de Campo Grande não deu nenhum tipo de assistência para a família.
A reportagem do Correio do Estado entrou em contato com a Santa Casa de Campo Grande e com a Secretaria Municipal de Saúde para cobrar um posicionamento sobre o ocorrido, mas até o fechamento dessa matéria não obteve retorno. O espaço segue aberto.