O dólar chegou a ceder pontualmente na parte da manhã desta terça-feira, 22, devido à arrecadação federal maior do que a esperada em setembro, mas o movimento não perdurou. Em um cenário em que a divisa norte-americana ganhou terreno também contra pares fortes, o renovado mal-estar fiscal e a precificação do eventual retorno do republicano Donald Trump à Casa Branca fez com que o real fosse a pior moeda entre as principais economias emergentes e de exportadores de commodities, ainda que tenha respeitado a marca psicológica dos R$ 5,70.
No segmento à vista, o dólar fechou em alta de 0,12%, a R$ 5,6973. Às 17h20, o contrato futuro para novembro, contudo, registrava leve queda de 0,04%, a R$ 5,6985. Já o índice DXY fechou em alta de 0,06%, a 104,075 pontos.
O real foi a única divisa entre as maiores economias de emergentes e exportadores de commodities que se desvalorizou contra o dólar nesta terça-feira, indicando que a maior pressão foi local. Neste contexto, o mercado continua atento ao quadro fiscal brasileiro, que se deteriorou em outubro e faz com que a divisa americana acumule alta de 3,20% ante o real neste mês.
Pela tarde, os operadores monitoraram declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Washington, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em entrevista à rede norte-americana CNBC.
“Nós vamos recompor essa base fiscal, até porque as despesas herdadas para as quais não havia fonte de financiamento têm de ser pagas”, disse o ministro, segundo quem está acontecendo uma convergência entre despesas e receitas, algo que não ocorria desde 2015. A fala trouxe um certo incômodo nos agentes.
No cenário externo, o dólar se acomodou com alta ante o euro e o iene, à medida que a eleição presidencial nos Estados Unidos amplia a influência na precificação dos ativos. As bolsas de apostas do mercado apontam chance de vitória do republicano e ex-presidente Donald Trump nas eleições à Casa Branca, o que, segundo analistas financeiros, é positivo para a moeda dos EUA.